São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Menezes diz que foi preso após discussão na PF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

À cúpula da Polícia Federal e ao ministro Tarso Genro (Justiça) o delegado Romero Menezes disse que seu pedido de prisão se deve em grande parte a um conflito pessoal com o superintendente da PF do Amapá, delegado Anderson Rui Fontel.
De acordo com Menezes, um dos principais motivos para o desentendimento foi a Operação Toque de Midas, que investiga suspeitas de irregularidades do grupo EBX, do empresário Eike Batista, em licitações de concessões de ferrovias.
Menezes também falou que, na condição de diretor-executivo da PF, conversou com os delegados responsáveis pela operação, inteiramente conduzida pela superintendência do Amapá. Segundo ele, os elementos levantados eram fracos e a operação deveria ser adiada para tentar tornar as provas mais consistentes.
Sua preocupação era que a PF já vinha sofrendo desgaste muito grande com a Operação Satiagraha e que uma operação fraca contra uma pessoa rica e influente como Eike Batista naquela época prejudicaria ainda mais a imagem da corporação.
De acordo com a versão de Menezes, ele recomendou que o empresário não fosse preso, como chegou a ser cogitado, por causa da "inconsistência" dos indícios.
Dias após a recomendação do delegado, a operação foi deflagrada antecipadamente, sob o argumento de vazamento de informações -este fato é uma das suspeitas levantadas pelo Ministério Público Federal contra Menezes.
Ele também teria se desgastado por intervir a favor de seu irmão, José Gomes Menezes Júnior, que trabalha para Serv San, prestadora de serviços do grupo EBX.
Menezes afirmou a conhecidos que ligou para a PF do Amapá pleiteando uma decisão sobre um pedido da Serv San para atuar no campo de vigilância. Ele afirmou, contudo, que teria determinado à superintendência local que seu irmão não tivesse nenhum tipo de privilégio.


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