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SÃO PAULO
Segundo debate entre candidatos ao governo, na Record, diversifica temas e sofre contaminação da disputa presidencial
Alckmin ataca gestões do PT; Genoino, FHC
LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A tensão e o enfrentamento estiveram pouco presentes no debate
realizado ontem entre os dois
candidatos ao governo do Estado
de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB) e José Genoino (PT).
O encontro foi realizado à noite
e transmitido ao vivo pela Rede
Record, com mediação do jornalista Boris Casoy.
Como já havia acontecido anteontem, em debate na Rede Bandeirantes, os partidos dos concorrentes, assim como as administrações do PT e do PSDB, foram alvos de críticas de parte a parte,
sem, contudo, que ocorressem
provocações sérias ou acirramentos, nem mesmo em temas como
a segurança pública.
Em mais de uma oportunidade,
Genoino procurou vincular o governo de Alckmin ao de Fernando
Henrique Cardoso, que "está há
oito anos no poder" e "é mal avaliado em São Paulo", assim como
o governador atacou as gestões do
PT, sobretudo a do Rio Grande do
Sul e a de São Paulo, e o candidato
Lula, que "foge dos debates".
Alckmin aproveitou a condição
de parlamentar de Genoino para
afirmar: "Ele é deputado há 20
anos aprovou apenas um projeto.
Também votou contra a lei de responsabilidade fiscal".
O petista respondeu relembrando sua trajetória na Câmara, citando diversas comissões e audiências de que participou.
Afirmou que "o PT é favorável à
responsabilidade fiscal, mas com
responsabilidade social".
Os candidatos também voltaram a falar de desemprego, com o
petista apontando o crescimento
dos números. "O desemprego
praticamente dobrou no seu governo", disse Genoino.
Alckmin retrucou ainda com
números: U$ 24 bilhões de dólares recebidos como investimentos
nos últimos 7,5 anos. Falou também da crise internacional, da
"fragilidade interna" e do apoio
que, segundo ele, seu governo
pretende dar a microempresas e
ao agronegócio.
Genoino reeditou a expressão
que usara na Bandeirantes, afirmando que Alckmin cria "um Estado na sua cabeça", que não existiria na vida real. "Emprego é coisa concreta", afirmou ele.
Repetindo o que já dissera no
dia anterior, Alckmin também rebateu: "Esse Estado existe sim e é
a locomotiva do Brasil".
Em suas intervenções, Boris Casoy questionou Alckmin sobre os
números de empregos que seriam
criados pelos candidatos à Presidência, inclusive os de José Serra,
e Genoino sobre o fato de o PT, na
cidade de São Paulo, não conseguir realizar concorrências públicas para a construção de escolas.
O petista falou outra vez em "toque de recolher" supostamente
imposto por criminosos, o que foi
contestado pelo governador, afirmando que a polícia é que estava
agindo firmemente. Em sua réplica, Genoino afirmou que "as pessoas estão com medo, estão sendo
assaltadas".
Como já fizera sobre esse assunto, o governador afirmou que
"onde o PT é governo, a situação é
catastrófica", citando o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro.
Em momento de um pouco
mais de incitação, Genoino questionou o lisura do processo de
concessão de rodovias, que foi defendido pelo governador. Ele acusou o PT de, no Rio Grande do
Sul, ter aumentado o preço dos
pedágios e também refutou "insinuações", afirmando: "O governo
de São Paulo é 100% honesto".
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