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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Day after
A oposição já foi avisada pelo presidente da CPI dos
Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), de
que não haverá, antes do segundo turno, depoimentos
de envolvidos na compra do dossiê contra José Serra.
Mesmo assim, tucanos e pefelistas acreditam ter logrado um tento ao aprovar, de uma vez, a convocação
de todos os petistas ligados ao escândalo.
PFL e PSDB trabalham com a idéia de que a CPI terá
um papel importante na apuração do caso após as
eleições, e pretendem fazer dela um posto avançado
para atingir o governo Lula ainda antes da eventual
segunda posse. Os pontos principais desse plano são a
transferência do sigilo bancário de Freud Godoy e a
convocação do ex-presidente do PT Ricardo Berzoini.
Ebulição. O momento máximo de nervosismo nas hostes governistas se deu na votação da quebra de sigilo de
Freud Godoy. A líder do PT,
Ideli Salvatti (SC), saiu convocando petistas e aliados para
correrem à CPI na tentativa
de derrubar o requerimento.
Gongo. Em franca minoria,
Ideli apelou ao presidente da
Casa. Ao telefone, pedia a alguém que avisasse Renan Calheiros (PMDB-AL) para convocar a sessão do Senado.
"Tem de abrir a sessão, senão
não vai esvaziar isso aqui!",
gritava a líder petista.
Chamada. Em torno de
uma paella servida em um
restaurante espanhol de Brasília, o comando da oposição
mobilizou, horas antes da sessão da CPI, o quórum necessário para votar as convocações dos "aloprados".
Mal menor. Tucanos e pefelistas iam tentar derrubar o
pedido de convocação de José
Serra pela CPI. Mas avaliaram
que seria um desgaste político, e havia risco de derrota. A
dica de tentar transformar a
convocação em convite veio
de um assessor parlamentar,
e, para alívio dos oposicionistas, foi aceita pelo PT.
Em dupla. Aloizio Mercadante (PT-SP) fez ontem sua
reestréia na articulação política do Senado. Participou da
reunião de líderes, pela manhã, e comandou a votação
em plenário. Mas Romero Jucá (PMDB-RR) continua líder
de fato, o que causou certa
confusão na base.
Rombo à vista. Técnicos
do Congresso recalcularam o
impacto que o reajuste parcelado para os servidores do Judiciário terá no Orçamento da
União até 2008. O governo terá de desembolsar R$ 7,5 bilhões, mais de R$ 2 bilhões
acima da previsão inicial.
Colírio. Marco Aurélio Garcia convidou a deputada eleita
Manuela D'Ávila (PC do B-RS) para participar do programa de Lula na TV. "Tem muito homem feio na propaganda", disse o coordenador da
campanha a Renato Rabelo,
presidente do PC do B.
Origem. A idéia de proibir
que lideranças do PDT declarassem sua preferência pessoal na sucessão presidencial
partiu de Cristovam Buarque.
O candidato derrotado ao Planalto fez o pedido a Carlos Lupi, presidente da sigla, pouco
depois de a direção decidir pela neutralidade na disputa.
O último a sair... Presidente do PPS, Roberto Freire
"convidou" o prefeito de São
José do Rio Preto, Edinho
Araújo, a deixar a sigla. O recado foi dado após Araújo
anunciar seu apoio a Lula.
Em alta. Depois de acomodar o atual vice-governador
de Minas, Clésio Andrade
(PL), como suplente de senador na chapa de Eliseu Resende (PFL), Aécio Neves (PSDB)
acaba de indicar a mulher do
presidente da CNT, Adriene
Andrade, para uma vaga de
conselheira do TCE.
Visita à Folha. Matilde
Ribeiro, ministra da Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhada de Rosemeire Silva, assessora de
comunicação.
Tiroteio
"O PDT não acreditou em Alckmin quando ele se
comprometeu a não privatizar. O partido deve
ter se lembrado da carta em que Serra prometia
terminar o mandato de prefeito em São Paulo."
Do vice-líder do PT na Câmara, MAURÍCIO RANDS (PE), sobre a opção do
PDT pela neutralidade na sucessão presidencial mesmo depois de Geraldo Alckmin assinar carta negando que venderá estatais se eleito.
Contraponto
Crise de abstinência
Ainda no primeiro turno, Geraldo Alckmin foi deixado
pelo presidente do PSDB, Tasso Jereissati, num pequeno
hotel de Quixadá após cumprir agenda no Ceará.
O presidenciável e seus assessores seguiram direto para
os quartos, pois já era tarde da noite.
Passados alguns minutos, Alckmin saiu pelos corredores de pijama em direção à portaria.
-Boa noite -, disse o presidenciável ao zelador, que,
um tanto surpreso com os trajes do tucano, perguntou em
que poderia ajudá-lo. Alckmin confessou:
-É que não consigo dormir sem o sudoku. E não achei
caneta no quarto. O senhor tem uma aí?
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