São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin procura demonstrar confiança

Tucano fica sabendo o resultado do Datafolha em ato de campanha e tenta manter os correligionários entusiasmados

Estafe do PSDB e candidato ficaram decepcionados com pesquisa, pois sondagens diárias da sigla sinalizavam queda da vantagem de Lula


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Geraldo Alckmin recebeu o resultado do Datafolha durante um compromisso de sua campanha, em São Paulo, ontem à noite. O tucano se esforçou para demonstrar confiança, na tentativa de manter acesa a chama das cerca de 2.000 pessoas presentes ao evento -segundo os organizadores.
Ao discursar, Alckmin lançou mão de frases como "nós somos de chegada" e "diziam que não ia haver segundo turno, mas nós conseguimos".
Em outro momento, ele chegou a afirmar: "A boca do jacaré está se fechando, está diminuindo a diferença [nas pesquisas eleitorais]".
Após o evento, questionado pelos jornalistas sobre o resultado do Datafolha, o tucano foi breve. "Pesquisa não se comenta. Estamos trabalhando, lutando, acho que as coisas estão caminhando bem. Há um entusiasmo ainda maior nas ruas e nós vamos chegar lá (...) Eu acho que tem pesquisas e pesquisas. Vamos aguardar mais um pouquinho", afirmou o candidato, que também aproveitou para criticar o adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Alckmin disse que o petista não governa para os mais pobres. "Quem ganhou dinheiro [com o atual governo] foi banqueiro. Foi a "Bolsa Juros'", disse o tucano, em um referência direta ao programa de transferência de renda Bolsa Família.
E completou: "Essa história de que é candidato dos pobres é gogó. Até porque eu sou mais pobre do que ele."
A Folha apurou com assessores da campanha que Alckmin e seu estafe ficaram decepcionados com o resultado do Datafolha. As sondagens diárias do partido apontavam a chance de um estreitamento da distância entre ele e Lula.
Reservadamente, os tucanos creditaram a larga vantagem do presidente Lula ao sucesso da estratégia adotada pelo PT, de criticar as privatizações e de dizer que o eleitor não deve trocar o certo pelo duvidoso. Também afirmaram que Alckmin, por sua vez, ainda não encontrou um discurso capaz de convencer os indecisos.
Nos bastidores do evento, tucanos e aliados menos otimistas diziam que só um fator externo pode mudar o rumo da eleição, aumentando as chances de Alckmin.
O presidente do PMDB, Michel Temer, que discursou antes de Alckmin também tentou animar a militância. "Não vamos nos impressionar com nenhuma pesquisa."


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