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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin procura demonstrar confiança
Tucano fica sabendo o resultado do Datafolha em ato de campanha e tenta manter os correligionários entusiasmados
Estafe do PSDB e candidato ficaram decepcionados com pesquisa, pois sondagens diárias da sigla sinalizavam queda da vantagem de Lula
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Geraldo Alckmin recebeu o
resultado do Datafolha durante
um compromisso de sua campanha, em São Paulo, ontem à
noite. O tucano se esforçou para demonstrar confiança, na
tentativa de manter acesa a
chama das cerca de 2.000 pessoas presentes ao evento -segundo os organizadores.
Ao discursar, Alckmin lançou
mão de frases como "nós somos
de chegada" e "diziam que não
ia haver segundo turno, mas
nós conseguimos".
Em outro momento, ele chegou a afirmar: "A boca do jacaré
está se fechando, está diminuindo a diferença [nas pesquisas eleitorais]".
Após o evento, questionado
pelos jornalistas sobre o resultado do Datafolha, o tucano foi
breve. "Pesquisa não se comenta. Estamos trabalhando, lutando, acho que as coisas estão
caminhando bem. Há um entusiasmo ainda maior nas ruas e
nós vamos chegar lá (...) Eu
acho que tem pesquisas e pesquisas. Vamos aguardar mais
um pouquinho", afirmou o candidato, que também aproveitou
para criticar o adversário, Luiz
Inácio Lula da Silva, do PT.
Alckmin disse que o petista
não governa para os mais pobres. "Quem ganhou dinheiro
[com o atual governo] foi banqueiro. Foi a "Bolsa Juros'", disse o tucano, em um referência
direta ao programa de transferência de renda Bolsa Família.
E completou: "Essa história
de que é candidato dos pobres é
gogó. Até porque eu sou mais
pobre do que ele."
A Folha apurou com assessores da campanha que Alckmin e seu estafe ficaram decepcionados com o resultado do
Datafolha. As sondagens diárias do partido apontavam a
chance de um estreitamento da
distância entre ele e Lula.
Reservadamente, os tucanos
creditaram a larga vantagem
do presidente Lula ao sucesso
da estratégia adotada pelo PT,
de criticar as privatizações e de
dizer que o eleitor não deve
trocar o certo pelo duvidoso.
Também afirmaram que Alckmin, por sua vez, ainda não encontrou um discurso capaz de
convencer os indecisos.
Nos bastidores do evento, tucanos e aliados menos otimistas diziam que só um fator externo pode mudar o rumo da
eleição, aumentando as chances de Alckmin.
O presidente do PMDB, Michel Temer, que discursou antes de Alckmin também tentou
animar a militância. "Não vamos nos impressionar com nenhuma pesquisa."
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