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DEM e PPS vão pedir ao TSE a cassação de prefeitos e senadores
Rodrigo Maia quer os mandatos de 3 senadores que deixaram o DEM; Roberto Freire vai processar prefeito de Porto Alegre
Os senadores ameaçados dizem acreditar que a data limite para troca será a de anteontem, quando TSE julgou cargos majoritários
RANIER BRAGON
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os oposicionistas DEM e
PPS manifestaram ontem a intenção de pedir na Justiça os
mandatos de senadores e prefeitos que migraram para legendas governistas. Dos quatro
senadores que correm risco de
perder o mandato por terem
trocado de legenda após 27 de
março, três saíram do DEM rumo a partidos governistas.
Ainda não está estabelecida a
data a partir da qual as mudanças seriam punidas. Há duas
opções: 27 de março, dia em
que o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) interpretou que o
mandato pertence ao partido,
ou anteontem, dia em que o
TSE disse que a interpretação
vale para cargos majoritários.
"Vamos buscar o que é nosso.
Para a gente, o prazo é 27 de
março e ponto final", afirmou o
deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM. Os senadores
Edison Lobão (PMDB-MA),
Cesar Borges (PR-BA) e Romeu
Tuma (PTB-SP) saíram do
DEM após 27 de março.
Os senadores ameaçados dizem acreditar que a data-limite
será a de anteontem: "A decisão
só pode valer após a sua publicação", disse Borges. "Tenho
coragem de assumir as responsabilidades pelos meus atos",
afirmou Tuma. "A julgar pela
decisão recente do STF, o marco temporal será a resposta à
consulta de ontem [anteontem]", declarou Edison Lobão.
A senadora Patrícia Saboya
(PDT-CE) deixou o PSB também após 27 de março, mas o
PSB não manifestou ontem intenção de ingressar na Justiça.
O presidente do DEM disse
que o problema maior no seu
partido ocorreu nas prefeituras. "É muito mais grave, é tanta gente que vai haver um engarrafamento na Justiça."
Já o PPS disse que vai aguardar a resolução do TSE. "Se
couber, o PPS vai pedir os mandatos", disse o líder da bancada
na Câmara, Fernando Coruja
(SC). Em viagem à Turquia, o
presidente do partido, Roberto
Freire, afirmou que pedirá todas as vagas: "Vou sim buscar o
cargo de todos os que saíram do
PPS, principalmente do [José]
Fogaça, do Blairo Maggi e do
senador Expedito [Júnior]".
Blairo Maggi (MT) foi o único
governador a trocar de legenda
após a eleição: saiu do PPS e foi
para o PR, mas a mudança
ocorreu antes de 27 de março.
O mesmo ocorreu com o senador Expedito Júnior (RO), que
também ingressou no PR. Já o
prefeito de Porto Alegre, José
Fogaça, trocou recentemente o
PPS pelo PMDB.
O PSDB não manifestou intenção de seguir DEM e PPS.
"Não vejo como, na prática, implementar essa decisão. Na
maioria das vezes, os vices são
de outro partido. Você puniria
um infiel e o partido também",
disse o senador Tasso Jereissati (CE), presidente da legenda.
Entre os partidos governistas, PMDB e PP descartaram
entrar com ações. Já o PT tem
recente decisão orientando
seus diretórios a requerer os
mandatos de vereadores e deputados, o que pode se repetir
no caso de prefeitos. O PTB
também pode usar a medida.
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