São Paulo, quinta-feira, 18 de outubro de 2007

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Conselho de Ética dá fôlego para Renan

Prazo para conclusão dos processos é prorrogado para 15 de novembro; como a data é feriado, ele pode ganhar mais tempo

Relator do terceiro processo, Jefferson Peres (PDT-AM), pede prazo maior para o parecer, pois pretende ir até Alagoas ouvir depoimentos

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Licenciado da presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) ganhou ontem fôlego com o adiamento do prazo para conclusão dos processos que pesam contra ele no Conselho de Ética para o dia 15 de novembro. Como se trata de um feriado, o novo prazo deverá ser estendido novamente, o que poderia coincidir com o retorno de Renan à presidência.
Segundo a Secretaria Geral da Mesa, a volta dele está prevista para 26 de novembro. O motivo alegado por Renan para se afastar foi rebater acusações que usava do poder do cargo para influenciar nos processos.
Na reunião de ontem do conselho, o relator do terceiro processo, Jefferson Peres (PDT-AM), pediu que o prazo para apresentar seu parecer passasse de 2 para 15 de novembro. O motivo, segundo ele, é que pretende ir a Alagoas tomar depoimentos. A acusação contra Renan nesse caso é de uso de "laranjas" para comprar rádios.
Peres afirmou que viajará a Alagoas para ouvir o usineiro João Lyra. "O depoimento do senhor João Lyra com certeza é importante. Ele já mandou comunicar por advogados que não virá ao conselho. Nem para depor nem para ser acareado. Também mandei notificar duas pessoas arroladas que moram em Maceió", disse.
Aliado de Renan, o relator do quarto processo, Almeida Lima (PMDB-SE), ironizou a imposição de datas para encerrar as investigações. Questionado se terminaria neste ano seu parecer, ele rebateu: "Não posso garantir. Entrego meu relatório daqui a oito dias ou em um ano, ou em mais. E daí?", afirmou.
A denúncia que Almeida Lima investiga é de que Renan foi um dos beneficiários de um suposto esquema de desvio de recursos de ministérios chefiados pelo PMDB.
Há, ainda, o segundo processo, cujo relator João Pedro (PT-AM) decidiu "congelar" o caso até que a Câmara termine investigação similar sobre o irmão de Renan, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).
Um quinto processo já foi protocolado na Casa, mas o presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), não indicou o relator. A denúncia é que Renan abusou das prerrogativas de presidente da Casa e armou esquema para espionar os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO).
Ontem, Renan não compareceu à Casa para votar.


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