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PF vai investigar a compra da Record pelo bispo Edir Macedo
Departamento Jurídico da Igreja Universal diz que soube do inquérito pelo site da Justiça Federal na internet, mas que a entidade ainda não foi notificada
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Federal abriu inquérito, em São Paulo, para investigar o bispo Edir Macedo,
fundador da Igreja Universal
do Reino de Deus. O objetivo do
inquérito, segundo informação
do sistema de consulta da Justiça Federal, é apurar supostos
indícios de crimes contra a fé
pública e de falsidade ideológica. A investigação teve início no
Dia 4 e tem prazo de 90 dias,
prorrogável, para conclusão.
O departamento jurídico da
Igreja Universal do Reino de
Deus disse que soube do inquérito pelo site da Justiça Federal
na internet, mas que a entidade
não foi notificada, não teve ainda acesso aos autos e desconhece o motivo da investigação.
O inquérito, segundo apurou
a Folha, nasceu de representação feita, em 2005, pelo ex-deputado estadual Afanásio Jazadji, que reabre a discussão
sobre a origem dos recursos
usados por Edir Macedo na
compra da Rede Record.
O ex-deputado entregou ao
Ministério Público Federal cópia da declaração que Macedo
assinou ao sair do Brasil, de
mudança para os Estados Unidos, em 2003, na qual afirmou
que teve rendimento tributável
de apenas R$ 8.289,60 em
2002, quando já era acionista
controlador da Record.
Jazadji juntou à representação cópia de declaração do advogado da Iurd Rodrigo Pereira
Adriano, de um processo existente na 39ª Vara Cível de São
Paulo, em que afirma que o bispo Macedo não tem ""vínculo
jurídico ou estatutário" com a
Igreja Universal", e que tampouco faz parte da direção da
entidade no Brasil.
Com base nos dois documentos, Jazadji acusou o líder da
Universal de se apropriar de recursos da igreja para construir
patrimônio pessoal em empresas de mídia.
Macedo e a mulher, Ester,
são os únicos proprietários da
Record de São Paulo. A emissora é a cabeça de rede da Record
e também figura como acionista minoritária de várias outras
emissoras do grupo.
A acusação é de que o bispo
teria se apropriado de patrimônio (as emissoras de rádio e de
TV) construído com recursos
doados por fiéis, supostamente
para causas religiosas e assistenciais.
Em entrevista à Folha, publicada no sábado, o bispo Macedo disse que a Iurd é apenas
cliente da Record (aluga espaço
na programação na madrugada) e que a igreja paga à Record
e esta paga impostos ao governo. No entanto, esquivou-se de
dizer quanto a Iurd investe na
emissora e de como pagou pela
compra da Record.
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