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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
PT diz que Serra lembra ação de militares
Campanha de Marta associa confronto entre polícias Civil e Militar a "autoritarismo" de modelo usado pelo governador
Já a candidata compara o seqüestro de Abílio Diniz ao discurso do tucano e afirma que ele tenta tirar algum proveito eleitoral com caso
Raimundo Pacco/Folha Imagem
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Marta participa de encontro com taxistas na Vila Mariana
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
A crise entre as polícias Civil
e Militar em São Paulo abriu
nova ofensiva da campanha de
Marta Suplicy na capital. Petistas associam o confronto de anteontem à "falta de diálogo" e
ao "autoritarismo" de um modelo adotado pelo governador
José Serra (PSDB) e repetido
por seu afilhado político, o prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Em encontro ontem com taxistas, Marta acusou Serra de
"irresponsabilidade", de ter
"incapacidade para a negociação" e disse que ele tenta tirar
proveito eleitoral do episódio
assim como ocorreu em 1989,
no seqüestro do empresário
Abílio Diniz (leia texto ao lado).
"Quando houve o seqüestro
de Abílio Diniz, puseram camisetas do PT nos seqüestradores, e o Lula perdeu a eleição. E
agora, quando estamos na véspera de uma eleição, fico pasma
de o governador fazer acusações desse porte. É muito sério
o que ele fez", disse Marta.
Logo após o confronto das
polícias anteontem, Serra deu
entrevistas dizendo que PT,
CUT e Força Sindical insuflaram a manifestação da Polícia
Civil por motivação eleitoral.
Vice na chapa da petista, Aldo Rebelo (PC do B) associou o
discurso de Serra ao dos governos militares. "Não defendo armas, quebra de autoridade, mas
a atitude de Serra não honrou a
tradição democrática de um
homem que já fez muita passeata na rua. Ele usa agora o
mesmo discurso de governos
de quando ele, Serra, era líder
estudantil, deputado, e apoiava
campanhas salariais", disse.
As propagandas de Marta na
TV já exploram o fato de o
DEM, de Kassab, ter sua origem na Arena, partido que dava
sustentação política à ditadura.
Kassab disse não acreditar
que o PT irá usar o confronto
entre as polícias na propaganda
eleitoral. "Acompanhei informação de que parlamentares e
sindicatos participaram desse
movimento procurando turbiná-lo ao invés de jogar água fria.
Se comprovado, é lamentável."
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso corroborou
a tese levantada por Serra. "Havia pessoas ligadas às eleições
de alguma maneira estimulando uma coisa que acho que elas
deveriam acalmar", afirmou.
Ontem, o governador voltou
a falar em motivações eleitoreiras. "Motivação partidária-eleitoral é meio óbvia, basta olhar o
texto de discursos feitos por
políticos nesses eventos. O
evento de ontem foi programado, proposto, por um desses líderes, que é o Paulinho, da Força Sindical. Aliás, um deputado
envolvido em escândalo, que
tem processo de cassação em
andamento", disse.
Sobre as críticas do vice de
Marta, Serra disse: "Não acredito que o Aldo tenha dito isso.
Se disse, perdeu ótima oportunidade de não dizer besteira".
O tema dominou boa parte
das falas do encontro, ontem,
do chefe-de-gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho,
com líderes religiosos católicos.
Foi lançado um manifesto
pró-Marta, que pede voto na
candidata "em favor dos mais
pobres" e diz: "É dever de todo
cristão, olhando o fio da história que nos corta, dar um basta
definitivo a resquícios da ditadura." São 500 mil cópias.
"Não é possível que um governante, diante do fracasso de
uma negociação, se apresse em
atribuir a culpa a um partido, a
lideranças sindicais, sem ter o
mínimo de bom senso para avaliar onde fracassou", afirmou.
"Como petista, me senti
ofendido, pois essa não é a verdade dos fatos. Como membro
do governo federal, lamento
que o governador não retribua
a generosidade com que o presidente o trata", disse Carvalho.
Parlamentares afirmaram
que tanto Serra como Kassab
"criminalizam os movimentos
sindicais e sociais".
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