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Oposição cobra apoio de Lula a ministro
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição cobrou ontem, no
plenário do Senado, uma manifestação de apoio do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva ao ministro Antonio Palocci (Fazenda) e
ainda disse que coube ao PSDB e
ao PFL dar sustentação ao ministro durante seu depoimento anteontem na Casa. Ao atacar o presidente, chegou-se a dizer que "ele
deixa roubar" em seu governo.
"Ele [Lula] queria o desastre do
ministro Palocci ontem [anteontem] porque senão a Dilma Rousseff não seria a chefe do seu gabinete civil. Hoje a toda-poderosa,
como se fosse o José Dirceu de ontem, queria criticar publicamente
o ministro Palocci, sem que houvesse uma palavra do presidente
em defesa do ministro", disse o
senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)
ACM e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) têm sido os principais interlocutores de Palocci na
oposição. "A situação é grave. Ontem [anteontem] nós, da oposição, demos sustentação ao ministro, mas isso foi ontem [anteontem]. Nossa sustentação não pode
ser permanente", afirmou ACM.
O senador Jefferson Péres
(PDT-AM) disse que o Brasil é
um país "surrealista" porque ninguém saberia a opinião do presidente Lula a respeito das políticas
públicas adotadas por seu governo. "Hoje alguém sabe, com certeza, no Brasil, se o presidente Lula sinceramente apóia o ministro
Antonio Palocci? Até hoje ele não
desautorizou a ministra. Ontem
[anteontem] não mencionou Palocci [em seu discurso]."
Péres citou como exemplo o
episódio em que o então presidente Fernando Henrique Cardoso demitiu Clóvis Carvalho, seu
ministro do Desenvolvimento,
por críticas públicas feitas à política econômica do colega de ministério Pedro Malan (Fazenda).
"Isso de um homem como Fernando Henrique, que não era um
homem de gestos bruscos, era um
homem muito comedido", disse.
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), mais uma vez
defendeu Palocci e a política econômica adotada por ele. "Parece-me que o presidente Lula, a um
tempo, dá apoio à política de Palocci desde que não haja crise e,
no mesmo passo, flerta com o
chavismo, com o populismo fácil,
que poderia lhe dar votos, ainda
que irresponsáveis e que lhe seriam tragicamente cobrados depois", afirmou o tucano.
ACM cobrou ainda explicações
a respeito da origem dos recursos
que pagaram empréstimo de R$
29 mil concedido pelo PT ao presidente Lula, além do aporte de
R$ 5 milhões feito pela Telemar
-concessionária de serviço público- em empresa de Fábio
Luiz, filho do presidente.
"Ele deixa roubar, sim", afirmou o senador. "Como na fábula,
vamos chegar a um ponto em que
todos poderão ver o presidente
desfilando nu pela ruas, mas, ainda assim, dirão: "Olhem que bonito o fraque do presidente da República!'", disse ACM.
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