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Empresa investigada pela PF prorroga contrato com Furnas
Envolvida no mensalão, estatal estende contrato de terceirização de mão-de-obra com a Bauruense Tecnologia e Serviços por 2 anos
No ano passado, o TCU determinou à estatal que substituísse os terceirizados por concursados no prazo de máximo de quatro anos
DA SUCURSAL DO RIO
A estatal Furnas Centrais
Elétricas prorrogou por dois
anos os contratos de terceirização de mão-de-obra com a empresa Bauruense Tecnologia e
Serviços. Foram assinados três
aditivos contratuais com a
companhia, que somaram juntos R$ 159,4 milhões.
A Bauruense está sob investigação da Polícia Federal por
causa das acusações do ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que envolveu a estatal no
chamado escândalo do mensalão, revelado no ano passado.
Furnas alega que não pode
prescindir dos terceirizados,
porque colocaria o sistema elétrico em risco.
Furnas foi questionada diversas vezes pelo TCU (Tribunal de Contas da União) por
utilizar mão-de-obra temporária em funções que exigem contratação por concurso público.
No ano passado, o TCU determinou à empresa que substituísse todos os terceirizados
por empregados concursados
no prazo de quatro anos.
Furnas também responde a
ações judiciais movidas pelo
Ministério Público Federal e
pelo Ministério Público do Trabalho, contra o uso de mão-de-obra terceirizada. O procurador do Trabalho Fábio Leal,
moveu três ações contra a estatal, para que ela cancele os contratos de terceirização de mão-de-obra e convoque os aprovados no concurso público realizado pela estatal em 2004.
Outras empresas terceirizadas tiveram os contratos renovados com Furnas, como Marte
Engenharia, Enesa e Plansul. A
Marte Engenharia foi a empresa que empregou a filha de Roberto Jefferson na Eletronuclear, outra estatal vinculada ao
Ministério das Minas e Energia, comandado pela petista
Dilma Rousseff.
Polícia Federal
Roberto Jefferson, que foi
cassado, acusou publicamente
o ex-diretor de Engenharia de
Furnas Dimas Toledo de comandar um suposto esquema
de cobrança de propinas -que
envolveria fornecedores da
empresa- para o financiamento de campanhas eleitorais e de
partidos políticos.
Toledo foi afastado em junho
de 2005, depois de Jefferson
afirmar à Folha que ouviu dele
que havia desvio de R$ 3 milhões mensais na empresa para
o PT e partidos aliados. O ex-diretor da estatal negou as irregularidades.
A Polícia Federal fez uma
operação de busca e apreensão
de documentos na sede da Bauruense Tecnologia e Serviços
Ltda, em agosto último. As casas dos sócios da empresa, em
São Paulo, Bauru e Guarujá,
também foram alvos da busca.
Na operação, a Polícia Federal recolheu computadores e
documentos relacionados aos
contratos da Bauruense com a
estatal. A empresa negou envolvimento no esquema apontado por Jefferson.
A Bauruense já havia recebido de Furnas R$ 821 milhões
em 28 contratos para prestação
de serviços desde 2000.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, os contratos
eram administrados por Dimas
Toledo, cuja filha Fabiana Toledo Sermarini é contratada
da Bauruense.
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