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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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Presidente festeja e revida ataques

GABRIELA ATHIAS
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou ontem a aprovação das reformas tributária e da Previdência, respondeu indiretamente aos ataques da oposição a seu governo e criticou seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Lula falou sobre as reformas durante a inauguração de um hospital da Rede Sarah, em Brasília. Na platéia, estavam o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo na Casa, além de deputados.
"Quero cumprimentar os senadores aqui presentes porque hoje, finalmente, foi definitivamente aprovada a reforma tributária, com que todos nós sonhávamos."
O presidente prosseguiu: "Quando os homens públicos do Brasil resolvem trabalhar as coisas acontecem. Aconteceu na Câmara e no Senado".
Sarney e Mercadante foram parlamentares durante os últimos oito anos, na gestão de FHC (1995-2002). Mais cedo, em cerimônia no Planalto, sem citar críticas feitas pelo PFL, Lula defendeu a execução orçamentária.
"Em nenhum momento, nenhum governador, prefeito, deputado ou qualquer ser vivo desta Terra verá sobrar um centavo em caixa se não houver um impedimento legal para sobrar", disse ele, depois de criticar FHC e fazer uma autocrítica quanto aos anúncios e liberações de verbas.
Lula repetiu uma história que já havia contado em outras duas solenidades. Disse que, em fevereiro, anunciou R$ 1,4 bilhão para saneamento e só depois descobriu que era difícil liberar esses recursos, por causa do limite de R$ 200 milhões de endividamento de Estados e municípios.
"O que me deixou mais preocupado foi que o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso tinha anunciado no começo do ano de 2002 a mesma quantia que eu tinha anunciado e só tinha liberado, no final do ano, R$ 262 milhões", disse Lula.
Segundo ele, a liberação integral desses recursos passou a ser uma questão de honra para seu governo. "Hoje, eu tenho o orgulho de dizer que a palavra dada é uma palavra que está honrada."
Em outras críticas a governos anteriores, Lula disse: "A economia brasileira teve a maior taxa média de crescimento no século 20 e, no entanto, por falta de disposição política, entramos no século 21 com 30 milhões de pessoas que ainda não têm sequer um banheiro dentro de casa".
Ao encerrar, Lula desejou a todos feliz Natal e bom descanso. "Mas não exagerem, porque no ano que vem, além das eleições, teremos muito trabalho", acrescentou.


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