São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 2005

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ELEIÇÕES 2006

Ato do PMDB vira festa para Quércia em Ribeirão Preto

ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO

A reunião do PMDB marcada há um mês para discutir a reestruturação do partido no interior do Estado acabou se transformando ontem, em Ribeirão Preto, numa cerimônia de lançamento extra-oficial da candidatura de Orestes Quércia ao governo de São Paulo.
O principal assunto da reunião foi a pesquisa Datafolha divulgada anteontem, que coloca o ex-governador como líder na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
"Quem está em primeiro nas pesquisas não pode dizer que é candidato. Mas nós podemos: Quércia é o nosso candidato, o melhor governador que São Paulo já teve", disse o líder do PMDB na Assembléia, Baleia Rossi.
O clima de festa propiciou o lançamento da candidatura ao Senado do presidente nacional da legenda, Michel Temer. O anúncio foi feito pelo deputado federal Marcelo Barbieri (PMDB). "Ele [Barbieri] estava falando sério. É uma coisa sempre enaltecedora. Se vou aceitar ou não, vamos ver. Vamos estudar", afirmou Temer.
Além de lançar Temer à corrida ao Senado, Barbieri afirmou que é "praticamente irreversível" dentro do partido a decisão de lançar candidato próprio à Presidência da República. Na reunião, três nomes foram citados: o ex-governador do Rio Anthony Garotinho e os governadores Germano Rigotto (RS) e Roberto Requião (PR).
Quércia disse que apoiará quem o partido escolher, mas repetiu as restrições a Garotinho. "Não tenho nada contra ele, vou apoiar quem o partido escolher, mas o Garotinho não tem história no PMDB. Precisa haver um nome de consenso. Se lançarmos uma candidatura sem a união do partido, não vira. Eu já fui candidato a presidente exatamente nessas circunstâncias", disse, em referência à eleição de 1994, quando ficou em quarto lugar, com 4,4% dos votos, atrás de Enéas (Prona).
Quércia disse ainda que vai se reunir hoje com Temer para discutir o cenário político nacional.
Segundo o PMDB, cerca de 400 pessoas participaram da reunião, realizada na Câmara de Ribeirão, presidida pelo PMDB.
Apesar do clima festivo, os peemedebistas não pouparam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quércia, por exemplo, disse que o Bolsa-Família representa uma "humilhação", "uma esmola", apesar de afirmar que o benefício é necessário atualmente.
Mesmo sem ter o nome citado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também foi criticado pelas recentes rebeliões na Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).


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