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Ex-ministro
descarta
ação militar
da Sucursal do Rio
O ex-ministro da Marinha
Mário César Flores disse à Folha que a queda do ministro Elcio Alvares não se deve a pressões dos meios militares, supostamente insatisfeitos com a
política do governo em relação
às Forças Armadas.
"Não foi por empurrão dos
militares que ele saiu, e sim por
circunstâncias pelas quais, a
despeito de seu passado histórico, os militares não têm culpa", afirmou Flores.
De acordo com o ex-ministro, não havia clima de animosidade entre os militares contra
Alvares. "Ele sempre foi tratado de forma cortês", afirmou.
Há uma semana, Flores e Alvares participaram, no Rio de
Janeiro, de uma solenidade de
passagem do secretário-geral
da Marinha. Na cerimônia, de
acordo com o ex-ministro da
Marinha, Elcio Alvares teve
uma recepção "correta e cordial" no local.
O cientista político Clóvis
Brigagão, diretor do Centro de
Estudos das Américas da Universidade Cândido Mendes e
especialista na área de segurança internacional, acha que Alvares só estava no governo para "preencher uma vaga até
que fosse encontrado outro
ministro".
Ele se referia ao desgaste de
Alvares no governo a partir da
crise provocada pelas declarações do ex-comandante da Aeronáutica Walter Bräuer.
"O presidente não poderia tirar o comandante da Aeronáutica e um ministro ao mesmo
tempo porque criaria um vazio
muito grande", afirmou.
O presidente do Clube da Aeronáutica, brigadeiro Hércio
Braga, afirmou que, desde que
assumiu, Alvares "não disse a
que veio".
"Ficamos órfãos", disse Braga, referindo-se ao tratamento
do ex-ministro em relação aos
militares. Ele criticou a forma
como vem se comportando o
Ministério da Defesa.
"Não criaram o Ministério da
Defesa, e sim um buraco negro
entre os militares e o presidente da República. E o próprio
presidente pode cair neste buraco", afirmou.
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