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São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

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Senado decide aguardar fim do inquérito da PF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As acusações de suposto envolvimento do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) com os grampos telefônicos da Bahia não deverão ser apuradas pelo Senado até a conclusão do inquérito da Polícia Federal, a não ser que surja um fato novo no caso.
Essa foi a decisão tomada ontem pelo bloco de apoio ao governo (PT, PSB, PTB e PL) e já era a tendência do PMDB e do PSDB, além do próprio PFL. A posição da Casa é aguardar as conclusões da PF e do MP para, depois, apoiar ou não a apuração pelo Conselho de Ética.
O bloco aprovou requerimento propondo ao conselho que "promova o acompanhamento das apurações dos fatos". "Não está descartada a investigação no Conselho de Ética. Vamos aguardar o inquérito", disse o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP).
Em reuniões do bloco, Mercadante e o líder da bancada, Tião Viana (PT-AC), argumentaram que a PF está sendo rigorosa na apuração e que uma CPI ou uma investigação no conselho prejudicariam a tramitação das reformas. Heloísa Helena (PT-AL) defendeu que o conselho já fizesse "diligências" e cobrou coerência do PT.
ACM tem sido aconselhado por pefelistas e amigos a sair de cena temporariamente. Formalmente, a cúpula do PFL mantém a solidariedade a ele.
O deputado Raul Jungmann, ex-ministro do governo FHC, se uniu a dois expoentes da ala radical petista, os deputados Babá (PA) e Lindberg Farias (RJ), para iniciar a coleta para a CPI. O primeiro a assinar foi o líder da bancada do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), uma das vítimas do grampo.
No início da noite, Jungmann disse já ter 81 assinaturas. Para requerer a abertura à Mesa, são necessárias 171 assinaturas, um terço da Câmara.
O procurador da Câmara, Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) apresentou a João Paulo relatório de sua visita à Bahia para acompanhar as investigações. Ele disse que a Procuradoria da Casa já tem pronta modelo de ação cível por danos morais contra o governo da Bahia caso os deputados atingidos pelo grampo queiram a assessoria jurídica da Câmara. (RU)


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