São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2005

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PAINEL

Voto de pobreza
A bancada do PT deve fechar questão contra o aumento salarial dos deputados, defendido pelo novo presidente da Câmara. "Vamos colaborar com o Severino, mas seremos contra o reajuste", diz o presidente nacional do partido, José Genoino.

Outra história
Prestes a ser rejeitada pelos deputados do PT, a proposta de reajuste foi absorvida sem maior resistência por Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) quando em campanha pela presidência.

Fogo alto
De um líder aliado, sobre a perspectiva de os petistas fecharem questão contra o aumento salarial: "O PT tentará isolar o Severino para dizer que ele representa os 300 picaretas. Nesse passo, o partido acabará virando oposição ao Lula na Câmara".

Mal-estar
O ministro Tarso Genro (Educação) ligou a Genoino na tentativa de explicar suas declarações culpando o dirigente pela derrota do governo na Câmara.

Colchão forrado
Conclusão de um deputado sobre as reportagens dando conta da existência de cheques sem fundo emitidos pelo novo presidente da Câmara: "Se o próprio Severino avisou que guarda dinheiro em casa, bobo é quem aceita cheque dele".

Amigos, amigos...
Enquanto muitos se candidatam a tutorá-lo, Severino Cavalcanti (PP-PE) já fala grosso. O primeiro-secretário Inocêncio Oliveira (PMDB-PE) procurou o conterrâneo para discutir o andamento da Casa. "Inocêncio, cuide do que for da sua secretaria. O resto decido eu."

Controle de qualidade
É grande a insatisfação com a gráfica do Senado, onde estão alguns dos maiores salários da Casa. A prova do jornal interno, dois meses atrasado, tem manchas e cores as mais estranhas.

Oferta de parceria
O PT procurou Campos Machado, principal líder do PTB em São Paulo. Ofereceu o céu na terra para que o deputado ajude a derrotar o nome do PSDB à presidência da Assembléia, Edson Aparecido, como troco pelo revés imposto aos petistas na disputa da Câmara em Brasília.

Defesa fechada
A chance de sucesso da operação montada pelo PT na Assembléia é hoje remota. O dirigente petebista não dá grande bola ao PSDB, mas tem um histórico de lealdade ao governador. "O Campos é Geraldo Alckmin Futebol Clube", define um aliado.

Escalação difícil
Quem conhece Roque Barbieri (PTB), que o PT sonha transformar em Severino Cavalcanti, acha improvável que o deputado saia da linha com Campos Machado. Salim Curiati (PP), outro nome cogitado para bagunçar o coreto, já indicou ao PSDB estar aberto à conversa.

Testamento
O PT da Câmara paulistana quer transformar em lei bandeiras da ex-prefeita Marta Suplicy. O primeiro projeto, encabeçado pelo vereador Donato, será o de requalificação das vias comerciais. Em seguida, virá o que institui o Orçamento Participativo.

Na ponta da língua 1
Já que o vice-presidente José Alencar culpou os juros elevados pelos conflitos agrários no oeste do Pará, Simão Jatene sente-se à vontade para, se provocado, responsabilizar a política fiscal de Lula pela crise no Estado.

Na ponta da língua 2
Segundo levantamento preliminar do governador tucano, o "centralismo do governo Lula" impôs perdas de R$ 623 milhões ao Pará nos dois últimos anos.

Folha, 84
A Folha faz hoje 84 anos.

TIROTEIO

Do coordenador da Comissão Pastoral da Terra na Prelazia de Xingu, Tarcísio Feitosa, sobre a ação da Polícia Federal e do Exército em Anapu (PA) após o assassinato de Dorothy Stang:
-O crime revelou que o governo está despreparado. A resposta não pode ser apenas a prisão dos assassinos. Mais importante é fazer o Incra funcionar.

CONTRAPONTO

Tira-gosto

Na noite de terça-feira, deputados federais se reuniram em um salão de festas em Brasília para comemorar a vitória do novo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE).
Mesmo depois de ter atravessado a madrugada em claro na votação, Severino agüentava firme os muitos discursos que antecederam o jantar.
Pouco depois da meia-noite, chegou à festa o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB).
Parente do novo presidente da Câmara, ele estava com Renan Calheiros (PMDB-AL) a tiracolo, e logo ganhou a palavra:
-Primo, vim aqui lhe desejar sucesso. A esta hora não se pode ter mais discurso. Vamos comer-, disse, para em seguida ser efusivamente aplaudido.
Mas, ainda empolgado com sua vitória no Senado, Renan não deixou ninguém matar a fome antes de fazer longa análise sobre a sucessão no Congresso.


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