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INIMIGO OCULTO
Com fuzis e metralhadoras, tropas patrulham cidade onde Dorothy Stang foi assassinada
Moradores "vigiam" Exército em Anapu
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ANAPU (PA)
As tropas militares do Exército tomaram ontem pela primeira vez as ruas de Anapu, no oeste
do Pará. Os soldados da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, armados com fuzis e metralhadoras, caminharam pelas ruas de
terra batida, observados pelos
morados a cada passo.
Caminhões com grupos de militares também seguiram para os
bairros mais distantes, onde se
concentram os colonos. Na zona
rural, os militares foram para as
regiões de assentamentos, onde
a situação é mais tensa -principalmente na região do assassinato da missionária Dorothy
Stang, o PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança, a 40 km da sede de Anapu, onde se concentram as buscas aos acusados do crime. A cidade recebeu 110 militares.
No final do manhã de ontem, o
comandante geral da Operação
Pacajá, general-de-brigada Jair
César Nass, esteve na cidade para uma reunião com os policiais.
Ele disse que as tropas estão
nos municípios de Anapu, Pacajá, Parauapebas, Novo Repartimento, Senador José Porfírio,
Porto de Moz, Itaituba e São Feliz do Xingu, além de Altamira, a
base da operação.
O militar disse ainda que hoje
um helicóptero deve chegar à cidade para ficar à disposição da
força policial.
A tropa de militares está alojada no Centro de Formação São
Rafael, lugar construído pelas irmãs da ordem de Notre Dame
de Namur, da qual Stang fazia
parte. Muitos dos militares já visitaram o túmulo da missionária, que fica debaixo de uma
mangueira, uma goiabeira e
uma jabuticabeira. Anteontem,
o padre José Amaro de Sousa
plantou no local uma muda de
mogno, uma das árvores mais
nobres da Amazônia.
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