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Lula usa assentados por Alckmin em estatística
DA REPORTAGEM LOCAL
São Roque, um projeto de assentamento criado pelo governo de São Paulo em terras do
Estado, nasceu das pressões de
um grupo de 63 famílias do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Ao longo de 2001, elas montaram acampamentos em sete
lugares diferentes, nos municípios de Arujá, Franco da Rocha,
São Paulo, São Lourenço, de
novo São Paulo, no quilômetro
27,5 da rodovia Anhangüera e,
novamente, Franco da Rocha.
De um, foram despejadas pela
tropa de choque da PM.
Até que o governo paulista
resolveu usar uma área de 600
hectares do Estado localizada a
38 km do centro de São Paulo.
O projeto foi criado no governo FHC (1995-2002). As famílias puderam entrar na área no
dia 28 de novembro de 2001.
Em seguida vieram o cadastro,
a divisão dos lotes e a abertura
das estradas, tarefas cumpridas
pelo Itesp (Instituto de Terras
do Estado de São Paulo).
Esse histórico não impediu
que o governo federal incluísse
61 famílias do grupo como "assentadas" da reforma agrária
do ano de 2004. A União nada
desembolsou pelas terras nem
auxiliou as famílias na conquista do lote. O que justifica o ingresso nas estatísticas do governo Lula, no entender dos órgãos federais, é o cadastramento das famílias pelo Incra, o que
as tornou "clientes" da reforma
agrária da União. Passaram a
ter direito, cada uma, a um crédito de R$ 2,5 mil, mais R$ 5 mil
para construção de casas e a
promessa de R$ 13 mil em empréstimo bancário para a agricultura familiar.
Na mesma situação aparecem na contabilidade do governo Lula, somente no Estado de
São Paulo, 471 famílias em
2003 (72% do total contabilizado naquele ano no Estado), 527
em 2004 (65%) e 247 assentados em 2005 (11,7%).
Dois anos depois de serem
consideradas oficialmente parte de um assentamento, as casas ainda não passaram do piso.
Os maiores problemas do assentamento são a falta de escola para as 75 crianças e o atendimento precário de saúde (a prefeitura manda a médica uma
vez por semana), conta a assentada Maria Telina de Paulo Sarmento, 35, mãe de Gabriel, 4.
As famílias recebem cestas
básicas de uma ONG chamada
Fraternidade Povo da Rua. "As
ONGs são mais rápidas que o
Estado. [Com] o Estado, tem
que brigar muito. Existe ajuda,
mas tem que brigar muito", diz
Maria, que integra o MST.
(RV)
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