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Pauta surgiu após blitz contra o trabalho clandestino na cidade
DA REDAÇÃO
A idéia de se infiltrar entre os
imigrantes ilegais que trabalham em confecções paulista
nas começou a surgir em 27 de setembro, quando Antônio
Gaudério foi pautado para ilustrar uma reportagem de
Dinheiro sobre uma blitz de procuradores
que flagrou bolivianos em condições degradantes.
O editor de Fotografia, Toni
Pires, liberou Gaudério de algumas
tarefas para que ele pudesse preparar uma cobertura
mais aprofundada. Ele passou a
freqüentar a feira na praça
Kantuta, no Pari, onde se reúnem os bolivianos da capital,
para fazer contatos e recolher
anúncios de trabalho, e começou a estudar corte e costura.
De posse dessas informações, Gaudério propôs
à editoria o plano de refazer todo o
percurso dos bolivianos para
documentar a condição dos trabalhadores clandestinos que,
com medo de serem deportados, aceitam trabalhar praticamente
confinados, dormindo e
se alimentando nas próprias
oficinas. A Secretaria de Redação aprovou a idéia.
Diversos cuidados foram tomados.
Gaudério não utilizou
nomes ou documentos falsos.
Para evitar prejuízos a terceiros,
todos os nomes dos personagens foram alterados,
nenhum endereço foi citado e as
fotos escolhidas não permitem
a identificação das pessoas.
Após a publicação da reportagem,
uma força-tarefa de
procuradores intensificou o
combate à exploração do trabalho de estrangeiros.
Na estimativa do Centro de Apoio ao
Migrante, vivem no Estado de São
Paulo 100 mil bolivianos irregulares
e 60 mil em situação legal.
Desde o acordo bilateral
Brasil-Bolívia de 2005, 42 mil
bolivianos já se regularizaram.
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