São Paulo, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

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entrevista

"Quem não deve não teme", diz José Maranhão

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

O novo governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), 71, disse ontem que é inocente das acusações. O ex-senador afirma que foi absolvido nas instâncias inferiores e que luta para que os recursos sejam julgados rapidamente. (FG)

 

FOLHA - É legítimo assumir o governo nessas circunstâncias?
JOSÉ MARANHÃO
- A Justiça existe para restabelecer a verdade. A vida pública não pode ser regida pela lei da selva. O cidadão empenha recursos públicos, privados, pratica atos de corrupção e tem uma vitória entre aspas?

FOLHA - O que é possível fazer em dois anos de governo?
MARANHÃO
- Posso fazer muito nos setores mais desorganizados, como a saúde.

FOLHA - Saúde é sua prioridade?
MARANHÃO
- A saúde e a segurança pública.

FOLHA - Há um orçamento já aprovado e em andamento. Como adequá-lo a suas prioridades?
MARANHÃO
- Nós vamos estudar o orçamento e pretendemos aprovar as mudanças que se façam necessárias.

FOLHA - Após a sentença anterior de cassação de Cunha Lima, a Assembleia aprovou às pressas projetos do governo, como o que doava terreno para a nova sede da Casa. O sr. pretende anulá-los?
MARANHÃO
- Vamos analisar esses projetos, que foram aprovados a toque de caixa com a nítida intenção de inviabilizar nossa gestão.

FOLHA - O sr. fará auditorias?
MARANHÃO
- Preciso conhecer a real situação do Estado e vou fazer essas auditorias sem nenhum tipo de preconceito nem intenção de perseguir, fazer caça às bruxas.

FOLHA - O sr. também responde processos. Qual a diferença deles para os de Cunha Lima?
MARANHÃO
- Tenho dois ou três processos, que já estão prescritos. Se tivessem a gravidade dos de Cássio, teria acontecido comigo a mesma coisa que aconteceu com ele.

FOLHA - O sr. não é processado por compra de votos e abuso de poder político e econômico?
MARANHÃO
- Resultou em nada provado. Ele foi cassado na primeira instância e na segunda. Eu não. Foram alegações que ele fez, nos defendemos e fomos absolvidos.

FOLHA - O sr. espera que os recursos dos seus processos sejam julgados no seu mandato?
MARANHÃO
- Sim. Quem não deve não teme. Enquanto meu adversário lutou para não ser julgado, estamos lutando para que esses processos sejam julgados logo.

FOLHA - E sobre o seu rebanho de 28 mil bois sem valor?
MARANHÃO
- Todo o meu patrimônio está explicado e declarado no imposto de renda.


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