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MÍDIA
Premiação é concedida há cinco anos a trabalhos de destaque de profissionais da Empresa Folha da Manhã
'Mercado do voto' recebe o Prêmio Folha
da Redação
A revelação de gravações em que
deputados afirmam ter recebido
dinheiro para votar a favor da
emenda que permite ao presidente
Fernando Henrique Cardoso tentar a reeleição foi o trabalho vencedor do Grande Prêmio Folha de
Jornalismo de 1997.
A série de reportagens, que ficou
conhecida como "Mercado do
voto", é de autoria do jornalista e
colunista Fernando Rodrigues, da
Sucursal de Brasília.
Ele obteve gravações de conversas informais dos deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos,
então, do PFL-AC, nas quais eles
contavam como foi a negociação.
As gravações foram feitas pelo
personagem que ficou conhecido
como "Senhor X", cuja identidade a Folha não vai revelar.
Santiago e Maia afirmaram, nas
gravações, ter recebido dinheiro
(R$ 200 mil) e favores (como a
concessão de uma emissora de
TV) para votarem a favor da
emenda da reeleição na Câmara.
Eles citavam, entre os participantes do esquema, os governadores do Amazonas, Amazonino
Mendes, e do Acre, Orleir Cameli
-hoje, ambos estão no PFL. Também foi citado o ministro Sérgio
Motta (Comunicações).
Rodrigues levou cerca de cinco
meses para coletar o material. A
série também lhe rendeu o Prêmio
Esso de Jornalismo em 97.
"Foi uma angústia muito grande, pois, em 28 de janeiro (dia de
votação da emenda), eu já sabia o
que estava acontecendo, mas não
havia como provar", diz ele.
"Mercado do voto" também valeu o prêmio Folha, na categoria
Edição, para Fernando Canzian,
31, editor do caderno Brasil.
As primeiras reportagens foram
publicadas em 13 de maio. Até o
dia 21, foram publicadas reportagens diárias sobre o caso, acompanhadas de quadros explicativos e
transcrições das gravações.
"O desafio foi fazer edições tão
atraentes e com o nível da 'matéria-prima' com a qual estávamos
lidando: o furo de Fernando Rodrigues", afirma Canzian.
Regulamento
Há cinco anos, o Prêmio Folha
de Jornalismo é atribuído anualmente a trabalhos de profissionais
da Empresa Folha da Manhã.
As premiações são dividas nas
categorias Grande Prêmio, Reportagem, Edição, Fotografia, Serviço, Arte e Especial.
As editorias podem inscrever
seus candidatos a cada dois meses.
Em cada bimestre, um trabalho é
escolhido para concorrer ao Grande Prêmio, no fim do ano, e já recebe uma premiação em dinheiro.
Outros são indicados para os prêmios nas respectivas categorias.
A escolha dos premiados é feita
por uma comissão julgadora escolhida anualmente. Seus componentes, em 97, foram os jornalistas
Bernardo Ajzenberg, secretário de
Redação da Folha, Marcos Augusto Gonçalves, editor de Domingo,
Clóvis Rossi e Celso Pinto, ambos
colunistas e membros do Conselho Editorial da Folha, e Mario Vitor Santos, repórter da Secretaria
de Redação, que foi o Ombudsman da Folha até dezembro.
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