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ELEIÇÕES 2006/DATAFOLHA
Lula lidera, mas Alckmin cresce e diminui distância
Após ser escolhido como candidato, governador sobe seis pontos percentuais
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Tucano se distancia de Garotinho e desponta como principal rival do petista
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FERNANDO DE BARROS E SILVA
EDITOR DE BRASIL
A primeira pesquisa eleitoral
realizada após a definição do candidato do PSDB à Presidência da
República revela o crescimento
das intenções de voto no tucano
Geraldo Alckmin e a estagnação
de Luiz Inácio Lula da Silva, que
mantém a liderança, mas perde
parte da vantagem que tinha em
relação ao governador paulista.
Segundo aponta o Datafolha, o
presidente oscila negativamente
de 43% para 42%, enquanto Alckmin cresce seis pontos, passando
de 17% para 23% no cenário em
que o o candidato do PMDB é Anthony Garotinho. O ex-governador do Rio aparece com 12%
-contra 11% registrados no levantamento anterior, realizado
nos dias 20 e 21 de fevereiro.
Alckmin praticamente dobra a
vantagem que tinha na última
pesquisa em relação a Garotinho,
isolando-se com mais clareza na
segunda posição da corrida eleitoral. O governador paulista abre
agora uma diferença de 11 pontos
percentuais sobre o ex-governador do Rio, o que o coloca a pouco
mais de seis meses da eleição em
condições melhores de se firmar
como contraponto a Lula.
No cenário do Datafolha em
que o governador do Rio Grande
do Sul, Germano Rigotto, é o nome do PMDB, Alckmin atinge
25% (contra 20% do levantamento anterior), enquanto Lula oscila
para 43% (tinha 45%). Rigotto
amarga os mesmos 2% de fevereiro, atrás da senadora Heloísa Helena, do PSOL, que tem 8%, e tecnicamente empatado com o senador Roberto Freire (PPS), com
4%, e Cristovam Buarque (PDT),
que segue com apenas 1%.
Nessa situação, sem Garotinho
e com Rigotto pelo PMDB, Lula
atinge 52% dos votos válidos,
contra 48% da soma dos demais
candidatos. Como a margem de
erro da pesquisa é de dois pontos
percentuais, para mais ou para
menos, é impossível saber se a
disputa terminaria no primeiro
turno, se fosse realizada hoje.
Com Garotinho no páreo, é certo que a eleição hoje iria ser decidida no segundo turno entre Lula
e Alckmin, o que explica o empenho do governo para inviabilizar
a candidatura própria do PMDB.
Na simulação de segundo turno, a distância entre Lula e Alckmin também cai. Em fevereiro,
era de 18 pontos percentuais a favor do petista; passou a ser agora
de 12 pontos -50% contra 38%
(leia mais sobre os cenários para o
segundo turno e a rejeição aos
candidatos na pág. A6).
Crescimento homogêneo
O Datafolha capta a tendência
de subida de Alckmin em praticamente todos os segmentos de idade, renda e escolaridade e em todas as regiões do país. O fenômeno é mais acentuado entre os eleitores mais velhos e nas regiões Sul
e Norte/Centro-oeste.
O governador cresce 12 pontos
percentuais, o dobro de sua média, entre os eleitores de 45 a 59
anos, e outros 10 pontos entre os
que têm 60 ou mais anos. Também avança 9 pontos entre os eleitores do Sul, onde Lula perde quatro pontos. No Nordeste, embora
Alckmin tenha crescido 5 pontos
e atingido 10% das intenções de
voto, a vantagem de Lula continua sendo a mais expressiva: o
presidente tem 57% das intenções
de voto (tinha 60% em fevereiro).
Registre-se ainda que, entre os
eleitores de nível superior, o tucano tira 15 pontos de diferença em
relação a Lula: este perde 9 pontos
enquanto Alckmin ganha 6, ultrapassando o petista (33% a 30%).
Segundo o diretor do Datafolha,
Mauro Paulino, 45, apesar de algumas diferenças de ênfase, pode-se falar em "crescimento homogêneo", provocado pela definição da candidatura tucana. "A
pesquisa mede o primeiro impacto do lançamento de Alckmin à
Presidência", diz Paulino.
Na prática, Alckmin herda parte
dos votos que eram do prefeito
José Serra. Isso fica bastante claro
na pesquisa espontânea (aquela
em que o entrevistado não é apresentado a nenhuma lista de candidatos). Nela, Alckmin passa de
4% para 10%, enquanto Serra, que
disputava com o governador a indicação tucana à sucessão presidencial, é lembrado por 6%, contra 11% que o citavam espontaneamente em fevereiro. Lula lidera com folga esse tipo de consulta:
tem 32% das intenções.
O Datafolha ouviu 3.801 pessoas
em todas as unidades da federação entre quinta e sexta-feira.
Alckmin, que sempre esteve atrás
de Serra nas pesquisas, foi escolhido pelos tucanos na terça,
quando a novela de longos quatro
meses conheceu seu desfecho.
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