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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Governador, pré-candidato à Presidência, aumenta média de despesas com propaganda nos últimos 3 meses, mas nega vínculo com eleições
Alckmin dobra gastos com publicidade
FABIO SCHIVARTCHE
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, escolhido pelo
PSDB para disputar a sucessão
presidencial neste ano, acelerou
seus gastos com propaganda nos
últimos meses.
De janeiro a setembro de 2005, a
média de liquidação (liberação do
pagamento mediante reconhecimento do serviço prestado) das
despesas com propaganda do gabinete de Alckmin era de R$ 2,3
milhões mensais. De outubro a fevereiro deste ano, a média dobrou, chegando a R$ 4,6 milhões.
O aumento das despesas com
propaganda coincide com o momento em que Alckmin iniciou
sua luta pela candidatura tucana à
Presidência. A aceleração dos gastos obrigou, inclusive, o governo a
suplementar (em dezembro do
ano passado) o orçamento destinado à publicidade: passou de R$
40 milhões para R$ 45 milhões.
Há duas semanas, a Folha revelou que o prefeito da capital, José
Serra (PSDB), que até terça-feira
passada disputava com Alckmin a
vaga de presidenciável tucano,
também acelerou seus gastos com
propagandas no final de 2005.
Prestações de contas
Assim como fez a prefeitura, a
Secretaria de Comunicação do
governo Alckmin negou que o aumento esteja atrelado ao calendário eleitoral. Disse que os gastos
publicitários sempre aumentam
no final do ano, por conta de prestações de contas à população.
Em 2003, ano em que Alckmin
tomou posse, os gastos foram,
sim, maiores em dezembro.
Mas em 2004, quando houve
eleição municipal, a média de gastos no último trimestre não superou a do restante do ano. Na ocasião, Alckmin era cabo eleitoral de
Serra, então candidato à prefeitura. Os gastos publicitários foram
maiores no período da campanha, em agosto e setembro.
Os números usados na comparação dos últimos 14 meses são
oficiais e se referem apenas às despesas da Casa Civil do Estado, responsável pela propaganda institucional do governo Alckmin.
A publicidade para as áreas de
Saúde e Educação, por exemplo,
não estão incluídas -apesar de
terem ocorrido. No ano passado,
essas áreas tiveram, juntas, despesas com propaganda da ordem
de R$ 4 milhões. Os gastos também se concentraram nos últimos
meses do ano.
Ficam ainda de fora do cálculo
os gastos com propagandas das
estatais. A Sabesp (Companhia de
Saneamento Básico do Estado de
São Paulo), por exemplo, gastou,
só em dezembro de 2005, quase
R$ 3 milhões em propagandas
-os gastos também se concentraram no final do ano.
Outra empresa do governo que
tem gastos elevados com publicidade é a Nossa Caixa. O banco,
porém, prefere não divulgar os
valores mensais de 2005, afirmando se tratar de informações financeiras sigilosas.
Obras do Tietê
Nos últimos dias o Estado passou a veicular em emissoras de
TV uma peça publicitária sobre a
conclusão das obras no rio Tietê.
Trata-se de uma das principais
bandeiras do governador, que deve usá-la na campanha para tentar derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a Secretaria de Comunicação de Alckmin, os gastos
com essa campanha devem ficar
em torno de R$ 1,3 milhão. As peças sobre o Tietê serão exibidas
em todo o Estado de São Paulo.
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