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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Vidigal, que teve decisão derrubada na sexta por outro ministro do STJ, poderia voltar ainda ontem a proibir a escolha do candidato
Batalha judicial ainda ameaça prévia do PMDB
FERNANDO RODRIGUES
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PMDB protagoniza hoje mais
uma de suas já usuais disputas
políticas mescladas com embates
judiciais. Rachado em várias facções, o partido em tese realizará
prévia a partir das 9h para escolher quem será o candidato a presidente pela sigla: o ex-governador do Rio Anthony Garotinho
ou o governador atual do Rio
Grande do Sul, Germano Rigotto.
O problema é que ninguém sabe
se o processo será juridicamente
válido ou não. Na sexta-feira à
noite, a ala oposicionista conseguiu derrubar a liminar do presidente do Superior Tribunal de
Justiça, Edson Vidigal, que havia
proibido a realização da prévia. A
liminar de Vidigal foi cassada por
outra decisão do também ministro do STJ Hamilton Carvalhido.
Porém o próprio presidente do
STJ analisaria o caso novamente
ontem, podendo retomar a proibição. Até o fechamento desta
edição, a prévia estava mantida.
Para o presidente do PMDB,
Michel Temer, mesmo que a prévia seja proibida judicialmente, o
que ele acha difícil ocorrer, o partido manterá uma consulta. "[A
decisão de Carvalhido] é tão consistente e densa que, pela via judicial, não comporta derrubá-la."
Tanto Garotinho como Rigotto
criticaram a decisão de Vidigal,
chamando-a de "equivocada" e
"intromissão na vida do partido".
"Vidigal mistura política, amizade e sua decisão de concorrer às
eleições no Maranhão àquilo que
não poderia misturar, a imparcialidade", disse Rigotto. "Se houver
uma espécie de "Vidigada" de última hora, a decisão [do partido]
não muda", disse Garotinho. A
assessoria de Vidigal disse que ele
não comentaria as declarações.
Peso do voto
Estão inscritos 23.288 votantes,
nos 26 Estados e no Distrito Federal. Se o processo se concretizar,
será utilizado um intricado sistema de pesos para os votos de cada
Estado. Por exemplo, São Paulo
(de Orestes Quércia) vale quase 18
vezes o Amapá (de José Sarney).
Mesmo que a Justiça proíba a
realização de prévia, pelo menos
13 diretórios realizarão o processo: Acre, Espírito Santo, Goiás,
Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e São Paulo. Juntos, esses são responsáveis por 74,5% dos votos do
processo de eleição interna.
Por outro lado, pelo menos sete
diretórios já decidiram fechar
suas portas, independentemente
da decisão judicial. Segundo a
presidência do PMDB, os Estados
que boicotarão a prévia são: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia,
Distrito Federal, Pará e Roraima.
Pelas contas dos governistas, também estão incluídos nesse caso os
diretórios de Ceará, Maranhão,
Piauí, Rondônia e Tocantins.
O problema é que a representatividade dos 12 diretórios é bem
menor que a dos que são favoráveis à prévia. Juntos, os 12 têm
21,6% dos votos. "Temos [no Pará] apenas 4,5%, e São Paulo tem
17,8%. Só que em 2002 o Pará elegeu cinco deputados federais, e
São Paulo, só quatro", diz Jader
Barbalho, contrário à prévia.
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