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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Nada feito
Após horas de negociação com o Executivo em torno do projeto de emenda constitucional que muda o
rito das medidas provisórias, o presidente da Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o relator da PEC, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), apresentaram o que lhes
parecia ser a saída para obter o apoio da oposição: um
compromisso do governo de editar no máximo duas
MPs por mês (a média atual é de cinco). A proposta foi
então levada a Lula, que mandou avisar: nem pensar.
Ele rejeita um teto por achar que isso engessaria o
governo em situações emergenciais, mas, principalmente, porque não aceita negociar "na base do ultimato". Se a oposição insistir nisso, o Planalto pode
orientar a base a simplesmente não votar a proposta.
Já passou. Arthur Virgílio
(PSDB-AM) ainda vociferava
ontem em plenário, mas a
ameaça de obstrução implacável não durou uma semana.
Hoje mesmo tucanos e "demos" vão aprovar na CCJ a indicação de Gilmar Mendes
para comandar o Conselho
Nacional de Justiça. Marco
Maciel (DEM-PE), presidente da comissão, se empenha
pessoalmente pela aprovação.
Interventor. O presidente
nacional do PSDB, Sérgio
Guerra, chega hoje a São Paulo para tentar aplacar os ânimos entre alckmistas e defensores do apoio à reeleição de
Gilberto Kassab (DEM) na cidade. O senador pernambucano acha que, sem um candidato na praça, não há como exigir fidelidade da tropa. A solução, quem sabe, poderia ser
precipitar o lançamento oficial de Geraldo Alckmin.
Escalada. Depois de secretários municipais e vereadores do PSDB, estão para sair
do forno declarações favoráveis à candidatura Kassab assinadas por tucanos instalados em subprefeituras e em
escalões inferiores da administração paulistana.
Em resposta. Celso Figueiredo, presidente do diretório do PSDB em Perdizes,
zona oeste da capital, recorreu ao partido para reivindicar uma "retratação" do secretário Alexandre Schneider
(Educação), que disse não ter
como "não votar" em Kassab.
Sem controle. A CPI do
Grampo começa a receber as
primeiras respostas a um requerimento, datado de dezembro passado, para que os
tribunais informem o número
exato de grampos que autorizaram em anos recentes. Conforme previsto pelos parlamentares da oposição, o que
se diz é que simplesmente não
existe meio de saber ao certo.
Pré-requisito. Lembrando
que em 2002 Aloizio Mercadante implodiu o acordo pelo
qual o PT deveria apoiar a
candidatura de Orestes Quércia ao Senado, aliados do ex-governador agora defendem
que o senador petista se comprometa publicamente com a
mesma cláusula para 2010. Só
depois seria fechado o acordo
do PMDB com Marta Suplicy.
Em branco. A OMS sugeriu, e o ministro José Temporão (Saúde) disse que está
"pensando seriamente" no assunto: adotar embalagem "genérica" a ser usada por todas
as marcas de cigarros.
No passaran. Os demais
partidos da base estão unidos
no propósito de resistir ao esforço petista para emplacar
Antonio Palocci como relator
da reforma tributária. O escolhido será mesmo Sandro Mabel (PR-GO). Em resposta, o
PT reivindicará a presidência
da comissão, mas dessa vaga o
PMDB diz que não abre mão.
Visitas à Folha. Tony Jozame Amar, embaixador da
Colômbia, visitou ontem a
Folha. Estava acompanhado
de Sergio Diaz, ministro da
embaixada, e de Sérgio Poroger, da SPMJ Comunicação.
Henri Philippe Reichstul,
presidente da Brenco - Companhia Brasileira de Energia
Renovável, visitou ontem a
Folha acompanhado de João
Rodarte, presidente da CDN
Comunicação Corporativa.
Tiroteio
"Num Estado que esteve no centro da máfia dos
sanguessugas, os deputados talvez tenham
mais motivos para descansar do que seus
colegas de outros lugares do país."
De DAVID FLEISCHER, cientista político da UnB, sobre a compra
de 26 poltronas massageadores, ao custo de R$ 80 mil, para
uso dos deputados na Assembléia Legislativa de Mato Grosso.
Contraponto
Soletrando
Flexa Ribeiro (PSDB-PA) interrogava a equipe do TCU,
em depoimento ontem à CPI dos Cartões Corporativos,
sobre dados de auditorias nos gastos do governo federal,
especialmente da Presidência da República. O senador
destacava o que lhe parecia ser mais grave:
-Há notas fiscais calcadas! -, exclamava, indignado.
Diante da expressão intrigada dos colegas, ele insistiu:
-Vocês não sabem o que é? Pois todos deveriam saber!
E seguiu com perguntas sobre as notas "calcadas", até
que um assessor lhe passou um bilhete. Ribeiro corrigiu:
-Aliás, não é "calcada", mas calçada-, disse, referindo-se à prática de adulterar o valor da nota em uma das vias.
O plenário da CPI quase veio abaixo com as risadas.
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