São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2001

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PAINEL

Operação abafa
Governo e ACM começaram a costurar um acordo para estancar a crise política. O pefelista retiraria as três assinaturas pró-CPI de seu grupo no Senado e impediria seus deputados de apoiar a investigação na Câmara. Em troca, receberia ajuda na Comissão de Ética do Senado.

Primeiro sintoma
Jorge Bornhausen e a cúpula do PFL pretendem sair hoje da reunião da Executiva Nacional do partido defendendo ACM.

Mais você
Alheio à crise, José Serra (Saúde) esteve ontem no programa de Ana Maria Braga, da Globo. Em vez de CPI e painel eletrônico, o presidenciável só falou de genéricos, Merthiolate e do casamento da filha, hoje. "Estou um pouco nervoso", disse.

Mensageiro de luxo
Um detalhe incomodou profundamente o Planalto na acusação de que José Roberto Arruda (PSDB) pediu a violação do painel eletrônico do Senado. O líder do governo ficou com a imagem de que não passa de um garoto de recados de ACM.

Caminho aberto
Joaquim Roriz (PMDB), governador do DF, vai perdendo pouco a pouco os potenciais adversários em 2002. Luiz Estevão foi cassado. Cristovam Buarque (PT) quer o Senado, e José Roberto Arruda (PSDB) é acusado de fraudar o painel eletrônico.

Argumento de campanha
A oposição utilizou um argumento eleitoral para convencer Casildo Maldaner (PMDB) a assinar a CPI. Como FHC apóia Jorge Bornhausen e Esperidião Amin em SC, o senador só terá chances na eleição estadual se for oposição ao presidente.

Leilão liberal
O PL deu mais uma semana de prazo ao governo: se não receber argumentos convincentes, a bancada pode assinar o pedido de CPI da corrupção.


Grito dos excluídos
Os prefeitos de seis grandes cidades do Mercosul definiram ontem a redação de um manifesto no qual questionam o processo de implementação da Alca. Assinam o texto Marta Suplicy e os prefeitos de Buenos Aires, Montevidéu, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rosário.

Reclamação conjunta
O texto será divulgado em Québec por Mariano Arana (Montevidéu). "Da forma como tem sido encaminhada, (a Alca) não contemplará nossos compromissos de reverter a desintegração social da América Latina e poderá desintegrar ainda mais nossos parques produtivos."

Aliança rompida
Eduardo Suplicy (PT-SP) deixou de usar sua aliança ontem. Mas a foto de Marta continua em seu gabinete no Senado.

Relógio adiantado
Convencida de que Suplicy não desistirá de sua pré-candidatura, a cúpula do PT quer antecipar as prévias. A intenção é definir tudo até o fim do ano.

Página virada
Pivô do caso Collor, o motorista Eriberto França caminhava ontem tranquilo pelo Senado. Não foi incomodado pela multidão de jornalistas que esperavam ACM e companhia.

Túnel do tempo
Lúcio Alcântara (PSDB-CE) apresentou ontem projeto que proíbe o uso do painel eletrônico em votação sigilosa: "Teremos de voltar à era medieval".

Disputa antecipada
A sucessão de Roseana Sarney (MA) já começou no PFL. A governadora estimula a candidatura de seu vice, José Reinaldo. Mas Edison Lobão, preferido de José Sarney, está no páreo.

Visita à Folha
Paulo Malzoni, diretor-presidente do grupo Victor Malzoni, e Victor Malzoni Jr., diretor-superintendente, visitaram ontem a Folha. Estavam acompanhados de Celina Dias, assessora de imprensa.

TIROTEIO

De Fernando Lyra (PPS), sobre Itamar Franco (PMDB) admitir ser o vice na chapa:
- Itamar sabe que é um ônus ser candidato a presidente pelo PMDB. Não é um partido. É uma federação de capitanias.

CONTRAPONTO

Feliz aniversário

O prefeito de Aracaju (SE), Marcelo Déda (PT), enfrentou recentemente uma inesperada "crise política" entre seus aliados. Três legendas que participam de seu governo -PC do B, PPS e PCB- dizem ser os legítimos representantes do antigo Partido Comunista Brasileiro, o "Partidão", que em 25 de março completou 79 anos.
Pouco antes da data, Déda recebeu convites dos três partidos para solenidades diferentes, no mesmo dia, para celebrar a ocasião. Sem saber o que fazer e tentando não criar animosidade entre os aliados, Déda costurou um acordo. Iria aos três atos, desde que em dias diferentes. Os partidos concordaram.
Quando foi fazer os discursos, Déda também não quis se comprometer:
- Nós estamos aqui celebrando o aniversário de um belo tronco, que gerou igualmente belos galhos...


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