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Grupo de estudantes e docentes pede saída de reitor
Alunos suspenderam paralisação de aulas e marcaram plebiscito para discutir situação
Ulysses Fagundes Neto reitera ter se equivocado ao usar cartão corporativo em viagem e diz que "maior parte dos gastos foi regular"
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Alunos, professores, funcionários e pós-graduandos da
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo) entregaram ontem uma carta ao reitor Ulysses
Fagundes Neto, investigado pelo uso indevido do cartão corporativo, pedindo o afastamento dele do cargo até que a situação seja esclarecida.
A carta foi assinada pelo Conselho de Entidades da Unifesp,
formado por representantes
eleitos dos grupos.
O pedido foi acompanhado
por uma manifestação de cerca
de 400 estudantes que, com batuques, apitos e marchinhas de
protesto, ocuparam a entrada
da universidade das 15h às 18h.
Depois disso, foram para um
auditório participar de uma tumultuada assembléia.
Em resposta, o reitor emitiu
nota em que pede a restauração
da confiança depositada nele
quando eleito para dirigir a
Unifesp. Afirmou que "nenhuma das pretensas denúncias
apontou uso irregular de verba
pública". Tudo, disse, está exclusivamente ligado ao modo
como o recurso foi utilizado.
Na quarta-feira, o reitor disse
que se equivocou ao usar o cartão como se fosse uma diária
-verba fixa repassada por dias
de viagem. "Nunca ficou claro
como o cartão deveria ser usado." Em 2006, ele viajou para
Alemanha, EUA e China e usou
o cartão para gastos pessoais.
Na nota, o reitor afirmou
também que pagou do próprio
bolso as compras pessoais realizadas por ele. No total, ele devolveu cerca de R$ 85 mil. "Preferi devolver tudo. E já pedi a
restituição. Sei que a maior parte dos gastos foi regular", disse.
Tensão
Durante todo o dia, o clima
foi tenso em frente à universidade. Observados por cerca de
20 policiais militares, os estudantes se dividiram em dois
grupos que trocavam insultos.
De um lado, os alunos de medicina, contrário à manifestação e à saída do reitor. Do outro,
os de biomédicas, fonoaudiologia, farmácia e demais cursos,
que exigem o afastamento imediato do reitor. Vários professores e funcionários também
engrossavam o grupo.
Alguns professores que não
concordam com o movimento
ficaram dentro dos prédios.
Uma proposta feita pelo reitor de conversar com os representantes dos grupos ontem
não foi aceita. Segundo nota da
Unifesp, "foi a segunda tentativa de diálogo".
À noite, cerca de 500 alunos
se reuniram no auditório da
Unifesp. O enfrentamento entre os grupos continuou. Após
quatro horas, eles derrubaram
a paralisação das aulas e decidiram fazer um plebiscito na sexta sobre a situação do reitor.
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