São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

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PSDB desiste de concorrer em Fortaleza e deve apoiar o PDT

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Com a desistência do único tucano disposto a ser candidato a prefeito de Fortaleza, o PSDB poderá não entrar, pela segunda vez desde sua fundação, em 1988, com um nome próprio na disputa pela administração da capital cearense.
O secretário da Justiça do Estado, Marcos Cals (PSDB), anunciou nesta semana sua desistência de disputar a eleição. "Sempre disse que ia avaliar se devia ou não manter meu nome. Nessa reflexão, percebemos que não era momento de segurar uma candidatura própria pelo partido", afirmou.
Mais do que um fato do cenário político local, a abdicação à candidatura própria reflete o recuo do PSDB no Ceará nos últimos quatro anos, quando deixou de ser hegemônico para disputar em igualdade de condições com partidos antes bem mais fracos no Estado, como PT e PSB.
O PSDB já nasceu poderoso no Ceará, sob a liderança do então governador Tasso Jereissati. Foram 20 anos de poder, de 1986 a 2006, em que o partido tinha o governo e a maioria das prefeituras do interior. Em 2000, os tucanos elegeram 84 prefeitos -45% do total de 184 cidades. Hoje a sigla conta com 60 prefeitos -32% do total.
O partido nunca venceu em Fortaleza, mas teve candidatos próprios em três ocasiões. Com a saída de Cals do cenário, o PSDB deverá se aliar ao PDT, que tem como pré-candidata a senadora Patrícia Saboya. O apoio ainda não foi oficializado.
Na medida em que o PSDB diminuiu no Estado, PT e PSB ampliaram suas atuações. Em 2000, o PT tinha duas prefeituras no Ceará -hoje tem 11. O PSB passou de 3 a 21 prefeitos.


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