São Paulo, domingo, 19 de abril de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Troca de guarda

O arranjo para manter no poder o grupo do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia ruiu em definitivo. Seu substituto, Alexandre Gazineo, não deve se sustentar nem mais uma semana no cargo. A gota d'água para convencer o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), a afastar a turma foi um pedido do primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), que se desentendeu com Gazineo e o xingou em público em duas ocasiões na semana passada.
Para o cobiçado cargo deve ser nomeado o atual consultor-geral de Orçamentos, Fiscalização e Controle, Fábio Gondim, que ganhou apoio ao participar dos estudos para as medidas "moralizadoras". Ele conta com o lobby de senadores de vários partidos.



Vai que é tua. O principal oponente de Gondim na disputa pelo cargo, o consultor-geral legislativo Bruno Dantas, abriu mão em favor do colega nas últimas horas da quinta-feira. O acordo foi selado com um chope cordial.

Fã-clube. No time dos que defendem a ida de Gondim para a diretoria-geral estão, além de Heráclito, senadores que trabalharam com ele na Comissão de Orçamento, como Delcídio Amaral (PT-MS), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Francisco Dornelles (PP-RJ).

Ciranda. Mauro Fecury (PMDB-MA), que assumirá a vaga de Roseana Sarney (PMDB-MA) no Senado, é um dos donos da Unieuro, universidade que tem como reitor Luiz Curi, por sua vez marido de Emília Ribeiro, indicada por José Sarney (PMDB-AP) para a diretoria da Anatel.

A bordo. Fecury, historicamente ligado a Sarney, é também dono de um jato em que o presidente do Senado e a nova governadora do Maranhão costumam voar. O aparelho está à venda. Será trocado por modelo mais recente.

Viés... O governo recebeu sinais de que o pleito dos bancos para não pagar perdas no rendimento das cadernetas de poupança decorrentes dos planos econômicos Cruzado, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2 é mal visto por ministros do Supremo. Um deles observou a um colega, a propósito da ação ajuizada pela Consif (Confederação Nacional do Sistema Financeiro), que "os bancos já ganham demais".

...de baixa. Em jogo estão R$ 180 bilhões. O BC está em campo em favor dos bancos, mas o Planalto, ciente da impopularidade da causa, até agora não se mexeu.

Muralha. Desde que foi criada, a CPI das ONGs tenta obter da Petrobras informações sobre contratos de patrocínio da empresa intermediados por entidades do terceiro setor. A Petrobras jamais respondeu aos senadores.

Veja bem. O secretário-geral do PT, José Eduardo Martins Cardozo, e o secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar, sentaram para conversar com Delúbio Soares. Procuraram mostrar ao tesoureiro do mensalão que seria muito, muito mais simples se ele adiasse para 2011 o plano de retornar ao partido. Delúbio, que quer ser candidato a deputado federal em 2010, não deu resposta.

Multiuso. O senador Aloizio Mercadante e o deputado Jilmar Tatto fizeram visita a Doutor Hélio (PDT), como parte da corte do PT ao prefeito de Campinas. Alguns petistas acreditam que ele poderia ser o candidato do campo lulista ao governo de São Paulo. Outros querem encher a bola do aliado só para murchar a de adversários internos.

No topo 1. Em 2006, Walter Feldman (PSDB) foi o candidato a deputado federal por SP que mais recebeu ajuda financeira da AIB, entidade do setor imobiliário coordenada pelo Secovi. Foram R$ 400 mil para o hoje secretário paulistano de Esportes.

No topo 2. No Rio, a maior doação, também de R$ 400 mil, coube a Alfredo Sirkis (PV), que disputou vaga no Senado e não se elegeu.

Semifinais. O palmeirense José Serra ligou para Rogério Ceni. Desejou boa sorte ao goleiro do São Paulo, que sofreu lesão no tornozelo esquerdo.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Desse jeito, depois de ser gaúcha e mineira, Dilma vai acabar se declarando nordestina."


Do presidente do PSDB, SÉRGIO GUERRA, sobre a pré-candidata do PT à Presidência, que destacou sua origem mineira e chorou ao assinar, em Belo Horizonte, o primeiro contrato do plano habitacional do governo.

Contraponto

Passa lá!

No início dos anos 80, os pernambucanos Carlos Wilson, morto no dia 12 passado, e Jarbas Vasconcelos eram deputados e vizinhos de edifício em Brasília. Certa manhã, no corredor, Jarbas contou ter recebido na véspera a visita de um suplente para lá de inconveniente:
-O chato acabou com a minha noite!
À tarde, "Cali", como Wilson era chamado pelos amigos, cruzou com o suplente na Câmara:
-Rapaz, Jarbas adorou a conversa! Ficou impressionado com suas opiniões. Quando você volta para Recife?
-Domingo-, respondeu o suplente todo empolgado.
-Não deixe de ir ao gabinete se despedir de Jarbas!


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