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PERÍCIA
Há suspeitas de estrangulamento
Laudo fará juiz pedir novos depoimentos
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
Nova perícia
sobre a circunstância das mortes de PC Farias
e Suzana Marcolino concluiu
que existe falta
de provas de que
Suzana disparou o tiro que matou
PC e que tenha se suicidado.
Os laudos da perícia não apresentam provas de que houve uma
terceira pessoa no quarto, onde os
corpos foram encontrados em 23
de junho do ano passado.
"A nova perícia traz um forte indicativo de que houve um duplo
homicídio, o que dá novo rumo às
investigações e vai provocar a coleta de novos depoimentos", afirmou o juiz Alberto Jorge Correia
de Lima, responsável pelo caso.
Pelo primeiro laudo oficial, preparado por peritos alagoanos e pela equipe do legista Fortunato Badan Palhares, da Unicamp, Suzana
matou PC e em seguida se matou.
O novo laudo foi divulgado ontem em Maceió (AL) pelos legistas
Genival Veloso de França (Universidade Federal da Paraíba) e Daniel
Romero Munhoz (Universidade
Estadual de São Paulo) e pelo criminalista Domingo Tochetto
(Universidade Federal do Rio
Grande do Sul), todos nomeados
pela Justiça alagoana.
Estrangulamento
O laudo divulgado está incompleto. Faltam exames do osso estióide direito, no pescoço, e que os
legistas encontraram fraturado na
exumação que fizeram na semana
passada no corpo de Suzana.
Os legistas querem identificar há
quando tempo o osso estióide estava quebrado para poder afirmar
se houve ou não o estrangulamento de Suzana no dia do crime.
O principal argumento da nova
equipe para afirmar que não há base científica na conclusão inicial de
que foi Suzana a autora dos dois
tiros está no fato de que o exame
residuográfico feito nas mãos dela
para identificar a presença de elementos químicos expelidos pelo
tiro não foi conclusivo.
"Não temos como dizer que não
houve suicídio. Mas a falta de elementos químicos como chumbo,
bário, antimônio, aliada à distância do tiro, a forma atípica de empunhadura da arma sugerida na
perícia anterior e a ausência de
sangue na arma são evidências
contra o suicídio", diz o laudo.
O criminalista Tochetto escreveu
no laudo que seria impossível afirmar que Suzana deu o tiro contra o
próprio peito sentada, como concluiu Badan Palhares. "A perícia
do laudo baseou-se em uma trajetória errada da bala que matou
Marcolino. Eles não levaram em
conta o desvio de trajetória que a
bala descreveu após chocar-se com
uma costela dela", afirmou.
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