DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo começou ontem a fazer uma reestruturação na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) ao anunciar a exoneração de sua diretora Maria Del'Isola e Diniz. Seu substituto, que precisa ser aprovado pelo Senado, ainda não foi anunciado. Embora a exoneração só tenha sido anunciada ontem, a saída de Marisa já era esperada desde o início do governo.
Há cerca de dois meses, ela chegou a se reunir com auxiliares para informar que havia colocado o cargo à disposição do general Jorge Armando Félix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Na ocasião, Félix negou que houvesse insatisfação por parte da diretora.
Na nota divulgada ontem à noite, o governo informa que Marisa deixou o cargo por vontade própria, após três anos à frente da instituição. No entanto, segundo a Folha apurou, Marisa estava se sentindo desconfortável por saber da suposta reestruturação.
As mudanças foram negociadas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o general Félix.
De acordo com a nota, caberá ao general Félix "submeter à apreciação do presidente da República indicações para o futuro exercício do cargo. A nomeação do escolhido fica condicionada à aprovação de seu nome pelo Senado".
Marisa chegou a comentar, há algumas semanas, que não recebeu apoio quando o ex-chefe do FBI no Brasil, Carlos Costa, afirmou que a Abin estava sucateada.
A Abin voltou a ficar em evidência com o caso Waldomiro Diniz, quando foi ventilada a hipótese de que a agência não havia levantado corretamente todas as informações de processos relativos ao ex-assessor do ministro José Dirceu.
O principal objetivo do governo após a reestruturação da Abin é fazer com que a agência defina quais informações são relevantes para o Estado brasileiro e mantenha seu arquivo atualizado. (GABRIELA ATHIAS)


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