São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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TODA MÍDIA

Óleo eleitoral

NELSON DE SÁ

A Fox News passou o dia debatendo o que fazer para baixar o preço do petróleo.
O problema é eleitoral. No dizer do "Washington Post", "o preço em alta virou uma dor-de-cabeça para George W. Bush". Um dos colunistas conservadores do "Wall Street Journal" foi além e sugeriu:
- Caindo nas pesquisas, Bush bem que podia ter ajuda de seus amigos, um em particular: o embaixador saudita, Band bin Sultan. A Casa Branca conta com o amigão para manter o preço baixo para a eleição.
Segundo o livro de Bob Woodward, foi o que o saudita prometeu -e, ao que parece, quer cumprir. A manchete do site do "Financial Times" dizia ontem que a "Opep deve elevar a oferta". No texto:
- A Arábia Saudita parece ter persuadido até os mais relutantes (países produtores). Venezuela e Irã agora devem ficar ao lado dos sauditas.
O último empecilho é que "alguns, inclusive a Venezuela, não querem dar impressão de ceder à pressão dos EUA".
 
Aqui, como lá. Os petistas também não querem gasolina cara. O ministro do Planejamento dizia ontem na Folha On Line, sobre reajuste:
- Vamos esperar mais um pouco. A Opep está para concluir uma negociação com o governo americano.
Como ele, o ministro da Fazenda afirmava que "ninguém sabe se os aumentos (no exterior) são duradouros".
O presidente da Petrobras concordou com ambos. Mas achou por bem sublinhar, no site da Globo, que "quem decide é a Petrobras".

SEM SAÍDA

Nick Anderson - courier-journal.com/Reprodução
Na charge, Tio Sam não vê como deixar o Iraque


Nick Anderson, 35, desenha para o "Courier-Journal", de Ohio, para o "Washington Post" e outros. É dos raros chargistas que se assumem de "esquerda" nos EUA. Católico, enfrentou seus maiores protestos com os desenhos sobre o escândalo do abuso de crianças por padres. Como se vê acima, é de poucas palavras nas charges, que "buscam expressar um ponto de vista tão sucintamente quanto possível".

2016
Carioca, a Globo sofreu com a notícia em seus telejornais, na Globo News, nos sites:
- O Rio está fora da disputa pelas Olimpíadas de 2012.
Engoliu em seco os motivos. A manchete da Globo.com era "Segurança põe fim ao sonho". Mas logo se recuperou e abriu outra manchete para a frase do presidente do COB:
- Estamos no caminho certo. O Brasil é candidato a 2016.

Morte no Brasil
O site do "New York Times" deu que "a eliminação do Rio foi uma "surpresa monstro'".
Mas pouco antes o jornal trazia uma resenha, com foto, de um livro que já abre com um crime no Rio. "Death in Brazil", morte no Brasil, vai de "Os Sertões" a PC Farias, sob a sombra da violência -diz o "NYT".

Editoriais
O "NYT" não está contra o Brasil. O jornal acaba de dar dois editoriais elogiosos ao país, um falando da vitória nos subsídios agrícolas, domingo, outro citando o combate à Aids, ontem.

Brasil x UE
Em longa entrevista à alemã "Der Spiegel", o chanceler Celso Amorim diz que "ricos precisam se sacrificar mais" e cobra "transparência" da União Européia. O ministro Luiz Furlan, à agência italiana Ansa, se somou à pressão dizendo que a UE "está atrasando" as negociações.

Trabalho no Brasil
O ministro Luiz Furlan dizia ontem no site do "Valor" que o pessimismo "está ficando no retrovisor", com os números do crescimento. A novidade do dia veio do emprego, primeira manchete do Jornal Nacional:
- Trabalho no Brasil. Vagas na indústria crescem pelo terceiro mês consecutivo. E os empregos com carteira assinada têm o melhor abril em 12 anos.

Arroz
O entusiasmo com o agronegócio tomou agora o jornal "Zero Hora", de Porto Alegre. Sua manchete de ontem era "Produtores colhem a maior safra de arroz da história".

Espetacular
Os ministros da Defesa de Brasil, Argentina e Chile se reuniram ontem, em Buenos Aires, para tratar da missão ao Haiti. A ministra chilena, Michelle Bachelet, já chegou a Santiago dizendo aos sites locais:
- É um avanço espetacular, na cooperação. Será a primeira vez na história com uma força de tal transcendência, expressão da aliança estratégica do Cone Sul, do Mercosul ampliado, que dirigirá operação de ajuda a um país pobre da América Latina.

Integração
No "La Nacion", longo artigo de um especialista argentino propõe aprofundar a integração das forças militares da região, nos moldes europeus.

NOVA ERA

Assoc. Religiosa Israelita/Reprodução
Sandra Kochmann


O judaísmo no Brasil pode estar entrando num momento de abertura, segundo a agência Jewish Telegraph, reproduzida em jornais americanos. Em reportagem do fim de semana, descreveu a cerimônia em São Paulo para a aceitação da primeira rabina do país, Sandra Kochmann, no lugar de destaque numa das maiores sinagogas brasileiras. Estavam presentes "centenas de rabinos, ativistas comunitários" e fiéis, inclusive enviados de EUA, Argentina e outros países latino-americanos. Da agência:
- É um dos muitos sinais de mudança, talvez indicando uma nova era do judaísmo na América Latina.
Da própria rabina, formada no judaísmo conservador:
- Estou abrindo portas.


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