São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2006

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Bornhausen declara apoio ao governador

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Evitando polemizar sobre as críticas do governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), em entrevista à Folha, à falta de apoio dos tucanos durante a crise gerada pelo crime organizado e as declarações relacionadas ao que ele chamou de "elite branca", senadores do PFL e do PSDB interpretaram suas afirmações como um "desabafo" e expressão de um governante "comovido".
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), saiu em defesa de Lembo, dizendo que ele tem dado atenção especial ao problema da segurança. "Acho que o governador expressou o que está sentindo. Sou solidário a ele", disse Bornhausen pela manhã, ressalvando que ainda não havia lido a entrevista.
Também houve a avaliação de que os dois partidos, que serão aliados na eleição presidencial de outubro, precisam estreitar a parceria nesse tipo de situação.
Lembo disse, em entrevista à Folha publicada ontem, que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que deixou o cargo em abril para concorrer à Presidência, ligou para ele apenas duas vezes durante a crise deflagrada pelos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), enquanto o candidato tucano ao governo do Estado, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não o procuraram durante a onda de violência.
O governador de São Paulo afirmou ainda que a violência no Estado só será resolvida quando a "minoria branca" mudar a mentalidade e a burguesia abrir a bolsa para ajudar os pobres. "Medo não dá só em branco. Dá em qualquer um", afirmou o senador Romeu Tuma (PFL-SP). E acrescentou: "Ele atinge o Alckmin com a entrevista. Foi um desabafo".

"Não faria mal ligar"
Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), as declarações foram "uma expressão de um governante naturalmente e compreensivelmente comovido com o drama que seus governados viveram". "Ele foi sincero, incisivo e comovido", disse. Ao ser questionado sobre o fato de o candidato José Serra não ter ligado para Lembo, Virgílio respondeu: "Não sei por que o Serra não ligou. Não faria mal ter ligado". Para o senador, não é hora de dispersar forças, mas de reuni-las.
O senador José Agripino (RN), líder do PFL no Senado, que ontem foi preterido na disputa do partido para a escolha do vice na chapa de Alckmin, afirmou ter ligado para Lembo na segunda-feira pela manhã para prestar solidariedade. "Lamento que coisas semelhantes não estejam ocorrendo entre ele e outras entidades ou correligionários, a bem do Estado", afirmou.
Para Agripino, a situação aponta para a necessidade de uma partilha de responsabilidade. "Precisamos levar esse espírito de relacionamento robusto, como acontece no Senado entre PSDB e PFL", completou.


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