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Bornhausen declara
apoio ao governador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Evitando polemizar sobre as
críticas do governador de São
Paulo, Cláudio Lembo (PFL), em
entrevista à Folha, à falta de apoio
dos tucanos durante a crise gerada pelo crime organizado e as declarações relacionadas ao que ele
chamou de "elite branca", senadores do PFL e do PSDB interpretaram suas afirmações como um
"desabafo" e expressão de um governante "comovido".
O presidente nacional do PFL,
senador Jorge Bornhausen (SC),
saiu em defesa de Lembo, dizendo
que ele tem dado atenção especial
ao problema da segurança. "Acho
que o governador expressou o
que está sentindo. Sou solidário a
ele", disse Bornhausen pela manhã, ressalvando que ainda não
havia lido a entrevista.
Também houve a avaliação de
que os dois partidos, que serão
aliados na eleição presidencial de
outubro, precisam estreitar a parceria nesse tipo de situação.
Lembo disse, em entrevista à
Folha publicada ontem, que o ex-governador Geraldo Alckmin
(PSDB), que deixou o cargo em
abril para concorrer à Presidência, ligou para ele apenas duas vezes durante a crise deflagrada pelos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), enquanto o
candidato tucano ao governo do
Estado, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não o procuraram durante a
onda de violência.
O governador de São Paulo afirmou ainda que a violência no Estado só será resolvida quando a
"minoria branca" mudar a mentalidade e a burguesia abrir a bolsa para ajudar os pobres. "Medo
não dá só em branco. Dá em qualquer um", afirmou o senador Romeu Tuma (PFL-SP). E acrescentou: "Ele atinge o Alckmin com a
entrevista. Foi um desabafo".
"Não faria mal ligar"
Para o líder do PSDB no Senado,
Arthur Virgílio (AM), as declarações foram "uma expressão de
um governante naturalmente e
compreensivelmente comovido
com o drama que seus governados viveram". "Ele foi sincero, incisivo e comovido", disse. Ao ser
questionado sobre o fato de o candidato José Serra não ter ligado
para Lembo, Virgílio respondeu:
"Não sei por que o Serra não ligou. Não faria mal ter ligado". Para o senador, não é hora de dispersar forças, mas de reuni-las.
O senador José Agripino (RN),
líder do PFL no Senado, que ontem foi preterido na disputa do
partido para a escolha do vice na
chapa de Alckmin, afirmou ter ligado para Lembo na segunda-feira pela manhã para prestar solidariedade. "Lamento que coisas semelhantes não estejam ocorrendo
entre ele e outras entidades ou
correligionários, a bem do Estado", afirmou.
Para Agripino, a situação aponta para a necessidade de uma partilha de responsabilidade. "Precisamos levar esse espírito de relacionamento robusto, como acontece no Senado entre PSDB e
PFL", completou.
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