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MÍDIA
PDT pediu suspensão de edição em site da "Folha do Amapá"
Juiz pune jornal por "propaganda eleitoral antecipada negativa"
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
O juiz auxiliar do TRE (Tribunal
Regional Eleitoral) do Amapá Anselmo Gonçalves da Silva determinou ontem a suspensão da edição eletrônica do jornal "Folha do
Amapá", por considerar que a reportagem de capa do periódico
fez "propaganda eleitoral antecipada negativa".
Na decisão, o juiz estipula como
pena multa diária de R$ 5.000 em
caso de descumprimento. No site
do jornal, a edição já foi retirada
do ar. No lugar, a íntegra da decisão e um quadro negro com a inscrição: "Edição retirada do ar por
decisão judicial eleitoral a pedido
do PDT-AP, o partido do governador Waldez Góes".
A manchete da reportagem que
motivou a liminar do PDT diz:
"Sólida demite, dá calote e some".
"Anunciada com toda pompa por
Waldez Góes como símbolo da
geração de emprego e do crescimento do Amapá, a Sólida Mineração acaba de demitir todos os
funcionários. (...) O governador e
a empresa anunciavam a geração
de 500 empregos diretos e investimentos da ordem de US$ 5 milhões. No entanto, tudo não passava de propaganda enganosa."
No entendimento do juiz, "as
notícias veiculadas relacionadas
ao governador Waldez Góes, potencial candidato à reeleição, não
se limitam à divulgação de fatos
ou à formulação de críticas à sua
gestão". "Há nítida intenção de
denegrir a sua imagem perante o
eleitorado em geral. Seu nome é
citado em diversas passagens, de
forma sarcástica e demeritória."
O PDT-AP pediu ainda que fossem recolhidos todos os exemplares do jornal impresso, mas o juiz
descartou a possibilidade, "uma
vez que já houve a circulação nos
três dias que antecederam a propositura da representação".
O governador é citado ainda em
reportagem sobre gastos abusivos
com propaganda e outras seções.
A "Folha do Amapá", alinhada
ao grupo político do ex-governador João Capiberibe (PSB), já recorreu. Para a editora-chefe do
jornal, Maracimoni Oliveira, "foi
uma decisão monocrática".
"Vemos isso como censura e já
estamos tentando recolocar o
conteúdo no ar. Isso ocorre porque somos o único meio de oposição no Estado", afirmou.
O diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais),
Fernando Martins, disse que o caso já foi encaminhando ao departamento jurídico da entidade, que
irá se manifestar posteriormente.
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