São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2010

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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010

No CE, Serra elogia Ciro, seu desafeto

De olho nos eleitores do deputado, tucano diz que pessebista é "honesto, batalhador"

As críticas do pré-candidato foram para Dilma; disse, sem citá-la, que "Lula não vai ser presidente" e que "quem for eleito vai ter que governar"


CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA

Interessado em herdar os eleitores órfãos de Ciro Gomes (PSB), o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, elogiou ontem, no Ceará, seu antigo desafeto.
Em entrevistas a rádios do Estado, Serra não só chamou Ciro de "homem honesto, batalhador" como acenou com a possibilidade de "parceria" com o governador do Estado e irmão do deputado, Cid Gomes.
Embora as divergências pessoais com Ciro sejam conhecidas, Serra disse que se restringiam ao campo político.
"Eu pessoalmente não tenho nada contra a pessoa do Ciro. Considero-o um homem honesto, batalhador. Tem muito espírito de luta. Nem sempre a gente está de acordo sobre o que fazer", afirmou ele.
Em visita de dois dias pelo Estado -onde o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) costura um acordo tácito com Cid-, Serra disse que avaliza a negociação do partido.
"O pessoal toca e me diz o que é necessário fazer e eu faço. O que o PSDB e o DEM estabelecerem que é a trajetória eu vou topar", disse ele, afirmando, depois, que se sentiria constrangido em pedir votos para Cid.
O tucano prometeu que, se eleito, dará continuidade às obras reivindicadas por Cid.
Num momento em que a rival Dilma Rousseff esboça reação nas pesquisas, Serra admitiu: "Essa será uma campanha difícil. Estou otimista, mas será uma parada. Quando me lanço, me jogo de corpo e alma".
Num discurso dedicado à juventude do PSDB, Serra pediu mobilização do partido e um esforço de comunicação.
Pródigo em elogios a Cid e Ciro, Serra não poupou Dilma nem o PT. Ainda que sem citar seu nomes, Serra lançou, mais uma vez, dúvidas sobre a competência da ex-ministra. Serra propôs um confronto entre sua biografia e a de Dilma ao afirmar que "Lula não vai ser presidente". "Quem for eleito presidente vai ter que governar."
Em almoço promovido pelo grupo O Povo, Serra acusou o PT de adotar discurso diferente da prática ao criticar a terceirização da saúde, mas exercê-la em prefeituras, como São Bernardo (SP). Problema que, segundo ele, é de "duas caras".


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