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Cofre das eleições tem seis portas codificadas e até sistema antiterremoto
Sergio Lima/Folha Imagem
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Sala-cofre do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, onde ficam centralizados dados de todo o processo eleitoral do país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Até personagens da ficção,
como MacGyver e James
Bond, ficariam intrigados
diante do esquema de segurança montado pelo Tribunal
Superior Eleitoral para proteger os sistemas e as informações utilizadas nas eleições.
São duas salas-cofre, climatizadas, à prova de fogo e terremoto, com 90 computadores considerados o "centro
nervoso" do processo eleitoral. Construídas em 2005,
custaram R$ 7,5 milhões.
A Folha foi na manhã de
ontem ao local, cujo acesso é
restrito até mesmo para os
ministros da corte. O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino,
responsável pelo setor, só pode entrar lá acompanhado.
Em uma das salas ficam
guardados o cadastro nacional
de eleitores, o registro e a prestação de contas dos candidatos.
Lá também se centraliza a apuração e totalização dos votos de
todo o país. Apenas 30 pessoas
têm permissão para entrar e só
se informar senha e digitais.
Um sistema de ar-condicionado mantém a temperatura
em 18ºC e verifica presença de
fumaça. Em caso de incêndio,
retira todo o oxigênio do local.
Em outra sala menor -e
mais protegida- estão as matrizes dos softwares que fazem
funcionar as urnas eletrônicas.
Esses programas possuem assinaturas e registros digitais do
TSE, da OAB, dos partidos e da
Procuradoria Geral Eleitoral.
Em caso de suspeita de adulteração de urna, os técnicos cruzam as assinaturas presentes
no sistema questionado com
aquele guardado no tribunal.
Para entrar nesse ambiente,
cujo acesso é permitido a três
pessoas, é preciso passar por
seis portas codificadas, sendo
que a quinta e a sexta só abrem
quando a anterior fecha. Ontem, foi a primeira vez que um
órgão de imprensa foi ao local,
conhecido pelos servidores do
TSE como "o cofre do cofre".
"Pode-se dizer que a fraude é
inviável", garantiu Janino.
Em 2009, o TSE abriu prazo
para que hackers tentassem invadir o sistema. Ninguém teve
êxito. Segundo Janino, o TSE
registrou em 2008 cerca de 200
tentativas de invasão por hora
no dia da eleição municipal.
(FELIPE SELIGMAN)
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