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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010
PT reúne Dilma com prefeitos da oposição
Em encontro, líderes municipais de DEM e PSDB declararam voto na petista e disseram ser respeitados "pela primeira vez"
Pré-candidata afirma que os prefeitos são "estratégicos" e que serão importantes
no "terceiro governo democrático popular"
RANIER BRAGON
GABRIELA GUERREIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um típico evento de campanha, o PT reuniu na noite de
ontem em Brasília mais de mil
prefeitos com sua pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, e ressaltou a presença de
prefeitos de PSDB, DEM e PPS,
que nacionalmente estão com o
tucano José Serra, e do PV, da
pré-candidata Marina Silva.
Já na entrada, a lista de credenciamento mostrava a presença dos oposicionistas, a
maioria de cidades pequenas.
A Folha falou com três deles.
"Sou Dilma por causa das políticas do governo, capilares,
com responsabilidade social",
disse a prefeita de Ibiaí (MG),
Marinilza Soares Mota (PSDB).
"É importante a continuação
da administração", disse o prefeito de Iporanga (SP), Ariovaldo da Silva Pereira (DEM). O
chefe do Executivo de Buritizal
(SP), Agliberto Gonçalves
(PSDB), reforçou: "Querendo
ou não, o governo federal tem
liberado muitos recursos".
Na mesa do encontro, estavam Dilma, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o prefeito de Belo
Horizonte, Márcio Lacerda
(PSB), entre outros.
Os prefeitos da oposição tiveram os nomes citados e, sob
aplausos, foram aos microfones. "Pela primeira vez fomos
respeitados como entes federativos e não como pontinhos no
mapa. Nunca perguntaram,
aqui em Brasília, qual era o
meu partido", discursou o prefeito de Itamonte (MG), Marcos Carvalho (PSDB).
Petistas procuraram dar tratamento especial ao PP, que se
diz indeciso entre Dilma, Serra
ou a neutralidade. Na mesa, estavam o governador do Amapá,
Pedro Paulo, e o ministro Márcio Fortes (Cidades), ambos do
PP. "Muita gente ficou em dúvida de que lado o PP ficará. A
sua presença aqui [de Márcio
Fortes] mostra que o PP não
vai ter dúvida de que lado vai
estar", discursou Padilha.
Em sua fala, Dilma afirmou
que os prefeitos são "estratégicos" e que eles serão importantes no "terceiro governo democrático popular deste país".
Cerca de 4.000 prefeitos estão em Brasília para a 13ª marcha nacional da categoria, que
reivindica pontos como o repasse de R$ 56 bilhões do FPM
(Fundo de Participação dos
Municípios) em 2010, contra
os R$ 53,3 bilhões previstos.
O evento de ontem à noite de
Dilma com os prefeitos ocorreu em um centro de eventos
com os custos bancados pelo
PT, que não revelou o valor.
Durante o dia, na marcha nacional, houve reunião de caráter era apartidário, mas que
também acabou virando palanque para ministros do governo
defenderem a gestão petista.
"Estamos nos acostumando
a ser comandados por mulheres", afirmou Padilha durante a
tarde, completando: "Em 1998,
na primeira marcha de municípios, os prefeitos tentaram fazer uma reunião com o presidente na época e foram recebidos por cachorros". Dilma repetiu essa afirmação à noite.
Um dos coordenadores da
campanha de Serra, o deputado
Jutahy Magalhães (PSDB-BA)
rebateu as críticas, afirmando
que é impensável "não reconhecer que no governo FHC a
democracia e o respeito ao cidadão, incluindo as entidades
representativas dos prefeitos,
foram ampliados".
A marcha é custeada pela
CNM, em parceria com o Sebrae. O custo é de cerca de R$
700 mil. Não houve financiamento de estatais. Hoje, Dilma,
Serra e Marina participam de
debate com os prefeitos.
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