|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PF prende oito em ação contra venda de sentenças no TRE-MT
STJ expediu 9 mandados de prisão temporária e 30 de busca e apreensão; suspeita surgiu em investigação em Goiás em 2007
Mulher de desembargador afastado por suposto desvio de verba no TJ está entre os detidos; envolvidos não comentaram a operação
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A Polícia Federal deflagrou
ontem em Mato Grosso operação para desmontar uma quadrilha suspeita de envolvimento em um suposto esquema de
venda de sentenças instalado
no TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) do Estado.
Nove mandados de prisão
temporária e 30 de busca e
apreensão foram expedidos por
ordem da ministra Nancy Andrighi, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), responsável pelo inquérito judicial que apura
crimes de exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva e
formação de quadrilha.
Participaram da Operação
Asafe 130 policiais -o nome da
ação é referência ao profeta que
escreveu o salmo bíblico 82,
que questiona "até quando julgareis injustamente?".
Até a conclusão desta edição,
oito pessoas haviam sido presas. Entre elas estão Alcenor
Alves de Souza, advogado e ex-prefeito de Alto Paraguai (MT),
e a advogada Célia Cury, mulher do desembargador aposentado José Tadeu Cury, afastado do TJ por suspeita de desvio de verbas.
Também foram presos o advogado Jarbas Nascimento, ex-chefe de gabinete de Tadeu
Cury, e o empresário Cláudio
Emanuel Camargo, genro do
ex-desembargador.
A Folha apurou que os mandados de busca e apreensão
atingiram as casas de Tadeu
Cury, do ex-desembargador
Donato Fortunato Ojeda e dos
desembargadores Evandro
Stábile (atual presidente do
TRE-MT) e José Luiz de Carvalho, além dos juízes Eduardo
Jacob e Ciro Miotto.
Cinco advogados -entre
eles, três ex-juízes do TRE- foram chamados a prestar depoimento na PF. Ao deixar o local,
a ex-juíza Maria Abadia Aguiar
disse que teve seu nome citado
pelo ex-prefeito Alcenor Alves
em diálogo telefônico interceptado pela PF, mas negou envolvimento. "Estou tranquila."
O superintendente da PF
Valmir Lemos de Oliveira não
confirmou nomes e cargos dos
envolvidos e se disse impossibilitado de fornecer detalhes.
A suspeita de irregularidades, segundo a PF, surgiu em
2007, durante investigação
conduzida pela PF de Goiás.
O juiz Eduardo Jacob disse
não saber o motivo de sua casa
ter sido alvo de um mandado
de busca e apreensão. As defesas dos demais envolvidos não
comentaram a operação.
Texto Anterior: Foco: Candidato de mentira confunde eleitor em SP Próximo Texto: Crise no DF: Deputada do dinheiro na bolsa é afastada Índice
|