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Marcha de prefeitos vira palco para presidenciáveis
Ministro usa ato para dizer que, sob FHC, prefeitos eram recebidos por "cachorros"
De olho no apoio de 4.000
prefeitos que vão a Brasília,
pré-candidatos participam
hoje de sabatina promovida
por entidade dos municípios
GABRIELA GUERREIRO
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De olho no apoio dos cerca de
4.000 prefeitos que participam
de marcha, em Brasília, os três
principais pré-candidatos à
Presidência da República estarão hoje no segundo debate em
15 dias com chefes de Executivos municipais.
Na conversa com potenciais
cabos eleitorais, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e
Marina Silva (PV) vão ouvir
uma lista de reivindicações para os municípios que vão do aumento no repasse do FPM
(Fundo de Participação dos
Municípios) à melhoria dos sistemas de saúde e educação.
Os pré-candidatos vão falar
separadamente aos integrantes
da 13ª Marcha dos Prefeitos.
Cada um responderá, em uma
hora, a nove perguntas elaboradas pela CNM (Confederação
Nacional dos Municípios).
Reunidos desde ontem em
Brasília, os integrantes da marcha fizeram uma lista de pedidos a ser enviada ao governo federal e aos presidenciáveis.
"Não temos candidato. A entidade representa 5.000 municípios, por isso defendemos os
interesses das cidades, não dos
prefeitos", disse o presidente
da CNM, Paulo Ziulkoski.
No último dia 6, Serra, Dilma
e Marina se reuniram pela primeira vez na pré-campanha para um debate promovido em
Belo Horizonte pela Associação
Mineira de Municípios.
Apesar do caráter apartidário
do evento, o palco da reunião
dos prefeitos se transformou
ontem em palanque para ministros do governo Lula defenderam a gestão petista.
Nenhum ministro citou o nome de Dilma, mas Alexandre
Padilha (Relações Institucionais) manifestou aos prefeitos,
de forma indireta, o seu apoio à
pré-candidata. "Estamos nos
acostumando a ser comandados por mulheres", afirmou.
Padilha e a secretária Miriam
Belchior, gestora do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), fizeram comparações
entre os governos Lula (2003-2010) e Fernando Henrique
(1995-2002) para dizer que a
área de infraestrutura melhorou sob o comando do PT.
"Em 1998, na primeira marcha, os prefeitos tentaram fazer
uma reunião com o presidente
na época e foram recebidos por
cachorros. Agora, eles são confrontados com uma mesa de
diálogo", disse Padilha.
Entre os assuntos apresentados aos prefeitos, o governo
priorizou uma explanação de
Belchior sobre o PAC 2.
O ministro Márcio Fortes
(Cidades) negou que o evento
tivesse caráter eleitoreiro, mas
para isso, ironizou a oposição.
"Isso aqui é um evento técnico. A oposição diz que o PAC
não existe, mas eu sou sempre
convidado pelo meu amigo, o
governador de Minas Antonio
Anastasia [PSDB], para inaugurar obras do PAC", disse ele.
Um dos coordenadores da
campanha de Serra, o deputado
Jutahy Magalhães (PSDB-BA)
rebateu Padilha afirmando que
é impensável "não reconhecer
que no governo Fernando Henrique a democracia e o respeito
ao cidadão, incluindo as entidades representativas dos prefeitos, foram ampliados".
Dilma se reuniria na noite de
ontem com os prefeitos de partidos aliados. "Terei encontros
com os prefeitos. Importantíssimo", escreveu ela no Twitter.
Entre as reivindicações dos
prefeitos está o repasse de R$
56 bilhões do FPM em 2010,
como previsto no Orçamento
da União. O governo fez a reestimativa do valor para R$ 53,3
bilhões, o que irritou os representantes dos municípios.
Os prefeitos criticam, em especial, a desoneração do IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados), que reduziu o
repasse do fundo. "A União faz
favor com chapéu dos outros.
Por que não desoneraram impostos que não atingem os municípios?", reagiu Ziulkoski.
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