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JUDICIÁRIO
4 funcionários são suspeitos de fraudar sistema de distribuição de processos do TJ-RJ
Justiça pede quebra de sigilo de servidor
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA SUCURSAL DO RIO
A pedido do Ministério Público
Estadual, a Justiça determinou a
quebra do sigilo telefônico dos
quatro servidores do Tribunal de
Justiça do Rio suspeitos de fraudar o sistema de distribuição de
processos. A Promotoria requisitou ainda a abertura de inquérito
policial para levantamento de
provas e escuta de pessoas supostamente beneficiadas no caso.
Um mandado de segurança de
um advogado que questionava o
encaminhamento de um processo deu origem à investigação, em
abril deste ano. Miguel Pachá,
presidente do TJ, determinou sindicância no sistema eletrônico de
distribuição desde janeiro de
2003. Foi formada comissão composta por três desembargadores.
Três semanas depois foi divulgado relatório que concluiu haver
"evidente fraude" e "evidente interesse econômico" em 11 processos, envolvendo valores que chegavam a R$ 90 milhões. As decisões judiciais foram suspensas.
Quatro servidores são acusados
de envolvimento: Maria de Jesus
Gasparini Lameira, chefe do departamento de distribuição, Márcio de Azevedo Barros, Maria
Laura Starling e Luiz Carlos de
Azevedo Barros, que trabalhavam
no gabinete da 1ª vice-presidência. Os quatro foram afastados. Os
dois últimos, exonerados do cargo de confiança que ocupavam.
O relatório cita sete desembargadores que tomaram decisões
em processos distribuídos de forma irregular. A comissão, no entanto, não encontrou evidências
da participação deles nas fraudes.
Entre as supostas fraudes está o
compartilhamento de senhas do
sistema de distribuição. Em depoimento, o técnico judiciário
Márcio de Azevedo Barros disse
usar senhas da então chefe do departamento de distribuição, por
ela mesma fornecidas.
Um dos processos em que a distribuição foi adulterada livrou a
Embratel de ser inscrita no cadastro da dívida ativa do Estado. A
multa foi de R$ 4 milhões por supostamente não divulgar amplamente as tarifas para ligações interestaduais e internacionais.
Comprovada a fraude, a comissão determinou a abertura de
processo administrativo e propôs
mudança do regimento interno.
Dissidência
Há no Tribunal de Justiça uma
corrente de desembargadores que
diz acreditar na participação de
colegas no suposto esquema e defende investigação imediata no
STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ala oposta diz crer que os servidores fraudavam a distribuição
dos processos por saber de antemão a opinião de certos desembargadores sobre alguns temas.
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