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CASO SANTO ANDRÉ
Versão é diferente
Juiz disse que destruiu fitas do caso Celso Daniel
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz federal João Carlos da
Rocha Mattos disse ontem que
chegou a ter dois conjuntos com
as 42 fitas de escutas telefônicas
feitas pela Polícia Federal durante
o seqüestro e a morte do prefeito
Celso Daniel, em janeiro de 2002,
e destruiu um deles.
As gravações foram feitas sem
autorização judicial e teriam de
ser destruídas, por ordem do próprio Rocha Mattos, por serem
consideradas provas ilícitas.
Rocha Mattos depôs ontem em
inquérito que averigua se seus
procedimentos em relação às fitas
foram lícitos. Esse inquérito não
está relacionado com a Operação
Anaconda, mas derivou dessas
investigações. Ele está preso desde 7 de novembro de 2003, sob
acusação de integrar grupo que
venderia sentenças.
Em depoimento à Justiça em janeiro deste ano, Rocha Mattos
apresentou versão diferente. Afirmou que não havia destruído as
fitas porque o juiz-corregedor
Maurício Porto, do Departamento de Inquéritos Policiais, teria lhe
passado um fax informando que
ele teria de esperar fax de Brasília
para determinar a destruição. Como o fax nunca chegou, ele não
destruiu as fitas.
A advogada do juiz, Daniela Regina Pellin, disse que o Ministério
Público Federal "está procurando
pêlo em ovo" com esse inquérito.
(MARIO CESAR CARVALHO)
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