São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

"Ooh Lula!"

abril.com.br
A “funkeira” Valesca Popozuda, em foto distribuída ontem para divulgar uma nova edição da "Playboy"

Do inglês "Telegraph" ao sul-africano "Independent", do italiano "La Reppublica" ao chileno "La Nación", a foto correu mundo, sob enunciados como "Ooh Lula!" e, nos textos, "Lula surge inteiramente vestido em foto ao lado de modelo do Rio prestes a dar um beijo na testa do chefe de Estado".
No site francês de fofocas Gala, abrindo a foto, "On ne parle que de ça!", não se fala de outra coisa. Em parte, a cobertura externa segue despacho da France Presse, que ouviu até um porta-voz do Palácio do Planalto, dizendo "foi uma surpresa".
Surpresa não foi. Três semanas atrás, o "Meia Hora", jornal popularesco do Rio, entrevistou com exclusividade e deu a manchete "Lula esnoba a popozuda". Perguntado sobre a foto a ser publicada na "Playboy", se "Dona Marisa tem ciúme?", o presidente respondeu que não, argumentando que "ela sabe como as pessoas me tratam". Elogiou o funk e comparou às "marchinhas de antigamente".
O portal Abril postou para download diversas fotos da edição, que chamou de "polêmica".

BRASIL À VENDA
Na manchete da Reuters Brasil e de outros, ao longo do dia, Guido "Mantega vê alta do PIB de 4% em 2010". Diz que neste ano ele "será positivo, mas fraco", e fala em "novas medidas". Ontem também, porém, o Banco Central já falou em reduzir o corte de juros.
O BNDES seguiu Mantega. Também na Reuters, Luciano Coutinho "vê retomada de investimentos", estimulados pelo consumo das famílias. E à Bloomberg ele falou da venda de ações do banco, no "mercado vibrante" que espera para o segundo semestre.
Ao fundo, o site do "Wall Street Journal" deu o enunciado "Visanet do Brasil pronta para realizar o maior IPO do mundo", no ano, passando um chinês.

ATRAENTE
O Pimco, tido como maior administrador de recursos do mundo, já espera um recuo dos emergentes, depois de três meses de alta no mercado financeiro, "mas títulos governamentais e corporativos do Brasil continuam atraentes", segundo um de seus executivos, em entrevista à TV Reuters. Os outros Brics também seguem, supostamente, em sua carteira.

A MELHOR
De modo geral, sites de Wall Street seguem derramando elogios ao Brasil. FundStrategy e iStockAnalyst, em longas análises, lançaram previsão de que a recessão no Brasil "será breve" -e até que o país é "A melhor economia das Américas". Chega-se a questionar a "miopia" dos aplicadores que perderam "uma das maiores histórias de lucro do mundo: o Brasil".

OS ESPANTALHOS
A "Economist" dá foto de Lula e dos outros três líderes Brics, sob o enunciado "Not just straw men", algo como "Não só espantalhos", argumentando que vão além da retórica que marcou a cúpula na Rússia. Em suma, a reportagem, especialmente longa, avisa que "as maiores economias emergentes estão se recuperando, mesmo sem a recuperação do Ocidente".
Em editorial sobre as eleições na Argentina, "Uma oportunidade de mudar de rumo", a revista lembra que o país até os anos 60 era "o mais importante e próspero na América Latina", mas "agora seu vizinho Brasil está entre os líderes do mundo, enquanto ela fica para trás". Defende que volte à "esquerda moderada".

MENSAGEM
No editorial "Cúpula dos emergentes", o espanhol "El País" escreveu ontem que "não se deve ignorar sua principal mensagem: a arquitetura institucional de 1945 não corresponde à realidade internacional atual".
De Moscou, a correspondente Pilar Bonet descreveu a reunião como busca de "uma alternativa ao domínio econômico dos EUA".

DÍVIDA
Em longa análise intitulada apenas "Os Brics", Nouriel Roubini escreveu na "Forbes" sobre as "Perspectivas para Brasil, Rússia, Índia e China". Quanto à cúpula, opinou que ainda foi "mais política que econômica".
Mas alertou que, "apesar do apoio verbal dos Brics aos títulos americanos, os EUA podem ter que pagar mais" para rolar sua dívida.

TWITTER 1, CNN 0
economist.com
A "Economist", na capa, louva o levante iraniano e prevê duas saídas, repressão ou concessão de Teerã. Sobre a cobertura, elogia a resistência do Twitter e questiona o recuo da CNN, que é o canal global de notícias e deixou escapar o início do movimento


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