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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/PARTIDO NO VERMELHO
Partido gastou R$ 450 mil com a renovação de sua frota de automóveis e R$ 312,9 mil com móveis para decorar novo escritório
Mesmo endividado, PT não reduziu gastos
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dos R$ 15 mil mensais para aluguel do escritório em Brasília aos
mais de R$ 450 mil em renovação
da frota de automóveis, o PT
manteve alto padrão de consumo
em 2003 e 2004. Mesmo que, de
tão endividado, tenha recorrido a
empréstimos - segundo versão
do empresário Marcos Valério
Fernandes de Souza e do ex-tesoureiro Delúbio Soares-, o partido gastou, no mesmo período,
R$ 312,9 mil com móveis e utensílios, especialmente destinados à
decoração do novo escritório.
Nos últimos dois anos, o PT
comprou 10 carros novos e vendeu cinco, segundo registro no
TSE. Só para "benfeitorias em
propriedades de terceiros" foram
destinados R$ 209.865,55 nesses
dois anos. A compra de software
custou de R$ 513.756 ao partido,
excluído o arrendamento de equipamentos (R$ 19,3 milhões).
Apesar do aperto orçamentário
descrito por Delúbio, o PT ampliou significativamente as despesas com viagens e estadias no ano
eleitoral de 2004. Em 2003, os gastos somaram R$ 2,444 milhões.
No ano seguinte, chegaram a R$
3,749 milhões. Ainda em 2004, as
despesas com convenções e eventos consumiram R$ 1.384.342,76.
Em 2004, o total de despesas declarada ao Tribunal Superior Eleitoral foi de R$ 68,589 milhões. O
déficit foi de R$ 20.479.323,34. Em
2003, o volume de despesas foi de
R$ 34,161 milhões.
O ano passado foi de disputa
eleitoral, mas o comando do PT
frisava que não arcaria com as
contas de campanha nos municípios por serem de responsabilidade dos comitês de campanha em
cada cidade. Em reuniões do Diretório e da Executiva Nacional, o
PT gastou R$ 338,6 mil em 2004,
pouco mais do que os R$
324.572,96 de 2003. Mas, segundo
as contas do partido, houve uma
economia de mais de R$ 100 mil
nos custos com reuniões de secretarias e comissões, passando de
R$ 258.912,91 para R$ 154.057,73.
Para quem sofre restrições de
caixa, a lista de compras do PT
apresenta extravagâncias, como a
aquisição de brindes numa relojoaria para a distribuição de canetas com a marca do PT, um contrato de R$ 41 mil numa confeitaria ou os R$ 11.875,67 destinados
reservas na Cia. Thermas do Rio
Quente, em Goiás. A viagem, de
Brasília a Caldas Novas, teria
ocorrido de 19 a 21 de março de
2004.
Além de floricultura e tapetes alternativos para o Natal, as despesas com cerimonial incluem ainda
R$ 4.110,70 num bar de Brasília
para encontro de funcionários e
R$ 28 mil em hospedagens para
duas outras confraternizações,
em maio e junho do ano passado.
Só no ano passado, a conta do
cerimonial foi de R$ 82,6 mil. Em
2004, o PT comprou dois carros
(um Santana e um Saveiro Supersurf), num total de R$ 68,6 mil. No
ano anterior, o primeiro do governo Lula, foram oito automóveis: quatro da marca Santana (a
R$ 26 mil cada um), dois Marea (a
R$ 59.280). um Saveiro (a R$
26.061,31) e um Vectra, a R$
43.286,67. Naquele ano, incluindo
acessórios e despesas com blindagem, foram gastos R$ 389.683,98.
Em 2003, só a sala de reuniões
de Brasília custou R$ 59.228 em
móveis. O total de gastos com
móveis e utensílios naquele ano
foi de R$ 260.824,60. No ano passado, foram mais R$ 52.083,39.
Em 15 de janeiro de 2004, foi comprado até um cofre -a R$ 425-
para o departamento pessoal.
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