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PAINEL
Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br
É a TV, estúpido
Diante do novo Datafolha, cujo destaque é Heloísa
Helena, petistas e tucanos ofereciam ontem à noite a
mesma explicação para o crescimento expressivo da
candidata do PSOL à Presidência: o minuto diário de
"Jornal Nacional" de que ela passou a desfrutar desde
o início oficial da campanha, há duas semanas.
Quem entende do riscado avalia que, descontado
um ou outro deslize decorrente da inexperiência, a senadora soube aproveitar a janela de oportunidade e já
desceu uma oitava no tom de seus pronunciamentos,
adotando um estilo que poderia ser chamado de "barroco angelical". Embalada pelos dois dígitos na pesquisa, Heloísa matará as sessões de hoje a sexta no Senado para fazer campanha no Ceará e na Paraíba.
Ludopédio. De Roberto
Jefferson (PTB), sobre o quadro revelado pelas novas pesquisas de intenção de voto: "O
alegado favoritismo de Lula é
igual ao da seleção brasileira.
O presidente está mais para
Ronaldo que para Zidane. E
olhe que Zidane foi vice".
A pé. Cesar Maia (PFL), que
dará palestra hoje ao comando da campanha do PSDB,
afirma que a crise em São
Paulo matou o sonho tucano
de usar a segurança como
bandeira eleitoral. "Alckmin
perdeu a rainha no seu xadrez", diz o prefeito do Rio.
Pegou pesado. O PT paulista alega que não quer saber
de pacto sobre a crise da segurança. "A palavra de Serra não
vale o que o gato enterra", diz
o presidente regional da sigla,
Paulo Frateschi, em carta enviada ontem a militantes.
PIB. O comitê empresarial de
apoio a Alckmin fará almoço
no Jockey Clube de São Paulo
em 29 de agosto, com convite
a R$ 1.000. O grupo, liderado
por João Dória Jr. e apoiado
por Antônio Ermírio de Moraes, espera arrecadar até R$ 1
milhão. O presidenciável prometeu apresentar seu plano
econômico no evento.
Balaio. A campanha de Lula
recebe na noite de hoje, em
Brasília, o apoio de um "comitê suprapartidário" de prefeitos, com direito a divulgação
de um manifesto de adesão.
Seriam 50, inclusive de partidos que fazem oposição ao petista, como PPS, PDT e PFL.
Bolão. A CPI dos Sanguessugas fará ranking de seus investigados. Citações em escutas ou em depoimentos dos
donos da Planam de deputados, assessores ou "terceiros"
terão peso na triagem. Dos 57
nomes, haveria um "núcleo
duro" de ao menos 35 com
evidências para se iniciar um
processo de cassação.
Às armas. A CPI se prepara para contestações de deputados no STF. Mas obtiveram
de ministros do Supremo a sinalização de que as investigações têm amparo legal.
Elite. Além de dois líderes e
três integrantes da Mesa, a lista da CPI tem nada menos que
12 membros da poderosa CCJ
da Câmara, que pode paralisar processos de cassação.
Telhado de vidro. Com
quatro deputados citados no
escândalo das ambulâncias, o
PFL apressou-se em divulgar
que pedirá explicações a Laura Carneiro (RJ), Coriolano
Sales (BA), Zelinda Novaes
(BA) e Almir Moura (RJ).
Recorde. O PRB, do vice-presidente, José Alencar, teve
seus dois deputados, Vieira
Reis e José Divino, ambos do
Rio, citados na lista da CPI.
Outro lado. Dirigentes da
Intersindical, uma dissidência da CUT, dizem que a entidade não atuará como uma
nova central. Eles negam ainda que estejam apoiando o
PSOL na sucessão de Lula.
Visita à Folha. Aloizio
Mercadante, senador e candidato do PT ao governo de São
Paulo, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de Carlos Alberto Leal, assessor político, e de Patrícia de Paula e
Katia Guimarães, assessoras
de imprensa.
Tiroteio
Enquanto o governo do Estado mandou uns
R$ 8 milhões para cá, não chega a R$ 200 mil o
que veio do governo Lula. O jeito foi sair do PT.
Do prefeito de Auriflama (SP), JOSÉ JACINTO ALVES FILHO , o "José Prego", que se desfiliou do partido do presidente Lula no dia 13 passado,
após o início da campanha eleitoral.
Contraponto
Linha cruzada
Na recente passagem de Geraldo Alckmin (PSDB) por
Aracaju (SE), os organizadores haviam planejado uma salva de rojões para anunciar o discurso do tucano. Combinaram uma senha com o responsável pelos fogos: seu celular receberia uma ligação no momento indicado.
Tarde da noite, discursava o governador João Alves
(PFL), o último antes do presidenciável. No empurra-empurra perto do palco, um assessor acidentalmente acionou seu telefone, e assim foi feita a chamada para o homem dos fogos. De repente, rojões interromperam o discurso de Alves, que levou um grande susto. E, na sua vez,
Alckmin teve de se contentar com a saudação da claque.
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