São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 2006

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br

É a TV, estúpido

Diante do novo Datafolha, cujo destaque é Heloísa Helena, petistas e tucanos ofereciam ontem à noite a mesma explicação para o crescimento expressivo da candidata do PSOL à Presidência: o minuto diário de "Jornal Nacional" de que ela passou a desfrutar desde o início oficial da campanha, há duas semanas.
Quem entende do riscado avalia que, descontado um ou outro deslize decorrente da inexperiência, a senadora soube aproveitar a janela de oportunidade e já desceu uma oitava no tom de seus pronunciamentos, adotando um estilo que poderia ser chamado de "barroco angelical". Embalada pelos dois dígitos na pesquisa, Heloísa matará as sessões de hoje a sexta no Senado para fazer campanha no Ceará e na Paraíba.

Ludopédio. De Roberto Jefferson (PTB), sobre o quadro revelado pelas novas pesquisas de intenção de voto: "O alegado favoritismo de Lula é igual ao da seleção brasileira. O presidente está mais para Ronaldo que para Zidane. E olhe que Zidane foi vice".

A pé. Cesar Maia (PFL), que dará palestra hoje ao comando da campanha do PSDB, afirma que a crise em São Paulo matou o sonho tucano de usar a segurança como bandeira eleitoral. "Alckmin perdeu a rainha no seu xadrez", diz o prefeito do Rio.

Pegou pesado. O PT paulista alega que não quer saber de pacto sobre a crise da segurança. "A palavra de Serra não vale o que o gato enterra", diz o presidente regional da sigla, Paulo Frateschi, em carta enviada ontem a militantes.

PIB. O comitê empresarial de apoio a Alckmin fará almoço no Jockey Clube de São Paulo em 29 de agosto, com convite a R$ 1.000. O grupo, liderado por João Dória Jr. e apoiado por Antônio Ermírio de Moraes, espera arrecadar até R$ 1 milhão. O presidenciável prometeu apresentar seu plano econômico no evento.

Balaio. A campanha de Lula recebe na noite de hoje, em Brasília, o apoio de um "comitê suprapartidário" de prefeitos, com direito a divulgação de um manifesto de adesão. Seriam 50, inclusive de partidos que fazem oposição ao petista, como PPS, PDT e PFL.

Bolão. A CPI dos Sanguessugas fará ranking de seus investigados. Citações em escutas ou em depoimentos dos donos da Planam de deputados, assessores ou "terceiros" terão peso na triagem. Dos 57 nomes, haveria um "núcleo duro" de ao menos 35 com evidências para se iniciar um processo de cassação.

Às armas. A CPI se prepara para contestações de deputados no STF. Mas obtiveram de ministros do Supremo a sinalização de que as investigações têm amparo legal.

Elite. Além de dois líderes e três integrantes da Mesa, a lista da CPI tem nada menos que 12 membros da poderosa CCJ da Câmara, que pode paralisar processos de cassação.

Telhado de vidro. Com quatro deputados citados no escândalo das ambulâncias, o PFL apressou-se em divulgar que pedirá explicações a Laura Carneiro (RJ), Coriolano Sales (BA), Zelinda Novaes (BA) e Almir Moura (RJ).

Recorde. O PRB, do vice-presidente, José Alencar, teve seus dois deputados, Vieira Reis e José Divino, ambos do Rio, citados na lista da CPI.

Outro lado. Dirigentes da Intersindical, uma dissidência da CUT, dizem que a entidade não atuará como uma nova central. Eles negam ainda que estejam apoiando o PSOL na sucessão de Lula.

Visita à Folha. Aloizio Mercadante, senador e candidato do PT ao governo de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Carlos Alberto Leal, assessor político, e de Patrícia de Paula e Katia Guimarães, assessoras de imprensa.

Tiroteio

Enquanto o governo do Estado mandou uns R$ 8 milhões para cá, não chega a R$ 200 mil o que veio do governo Lula. O jeito foi sair do PT.


Do prefeito de Auriflama (SP), JOSÉ JACINTO ALVES FILHO , o "José Prego", que se desfiliou do partido do presidente Lula no dia 13 passado, após o início da campanha eleitoral.

Contraponto

Linha cruzada

Na recente passagem de Geraldo Alckmin (PSDB) por Aracaju (SE), os organizadores haviam planejado uma salva de rojões para anunciar o discurso do tucano. Combinaram uma senha com o responsável pelos fogos: seu celular receberia uma ligação no momento indicado.
Tarde da noite, discursava o governador João Alves (PFL), o último antes do presidenciável. No empurra-empurra perto do palco, um assessor acidentalmente acionou seu telefone, e assim foi feita a chamada para o homem dos fogos. De repente, rojões interromperam o discurso de Alves, que levou um grande susto. E, na sua vez, Alckmin teve de se contentar com a saudação da claque.


Próximo Texto: Heloísa sobe e chega a 10%; cresce a chance de 2º turno
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.