São Paulo, sábado, 19 de julho de 2008

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Cúpula do TCE mineiro é acusada de corrupção

Corregedor do tribunal, Antônio Carlos Andrada, afirma que a PF se utiliza de métodos "nazistas e fascistas"

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os três conselheiros que formam a cúpula do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de Minas Gerais -presidente, vice-presidente e corregedor-, foram informados ontem pela Polícia Federal que estão indiciados na Operação Pasárgada, sob a suspeita de corrupção passiva, prevaricação e formação de quadrilha. Eles se mantiveram em silêncio durante depoimento na PF.
O próprio corregedor do órgão, conselheiro Antônio Carlos Andrada, anunciou, após a saída da PF do prédio do TCE, o comunicado da polícia. Além dele, foram indiciados o presidente Elmo Braz e o vice-presidente Wanderley Ávila. Os três são ex-deputados estaduais.
A PF diz ter fortes indícios de que os corregedores, conforme apurou a Folha, vêm adiando julgamentos de ao menos três contratos suspeitos de prefeituras com o Grupo SIM (consultoria fiscal) sendo um desses contratos com a Prefeitura de Juiz de Fora, no valor total de R$ 12,8 milhões.
Em março de 2007, o presidente do TCE recebeu uma denúncia que apontava a irregularidade, mas ainda não houve julgamento, embora em maio o corpo técnico do órgão tenha concluído pela ilegalidade do contrato sem licitação.
O Grupo SIM é suspeito de pagar propinas para manter contratos com prefeituras.
O caso tramita agora no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Andrada disse que a PF se utiliza de métodos "nazistas e fascistas", pois informou os conselheiros sobre os indiciamento, mas sem dizer quais são as suspeitas contra eles. O Grupo SIM não se manifestou.


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