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CASO CC-5
Ato seria ligado a caso Banestado
Empresa de SP enviou US$ 4,8 mi ao exterior
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acusada de tomar empréstimo
do Banestes (Banco do Estado do
Espírito Santo) em condições irregulares no final da campanha
eleitoral de 1998, a HMG Engenharia e Construção Ltda. enviou
US$ 4,834 milhões ao exterior por
meio de uma conta que está sendo investigada pela PF (Polícia
Federal) por suspeita de lavagem
de dinheiro no caso Banestado.
Segundo registros contábeis do
Banestado obtidos pela Folha, a
HMG usou a conta do IFE Banco
Rural Uruguay, aberta na agência
do paranaense em Nova York. De
lá, em 13 remessas feitas entre 19
de dezembro de 1997 e 5 de outubro de 1998, o dinheiro migrou
para contas em nome da empresa
Medicina Integral Privada S.A.,
no sistema financeiro da Argentina e do México, principalmente.
O nome da HMG consta de inquérito que tramita na Justiça Federal do Espírito Santo no qual o
ex-governador José Ignácio Ferreira (sem partido) é acusado de
praticar crime contra o sistema financeiro utilizando o Banestes. A
empresa foi doadora de sua campanha. Segundo relatório da Procuradoria Geral da República, José Ignácio teria feito um empréstimo no Banestes, sacando a descoberto de sua conta pessoal R$ 2,6
milhões, em novembro de 1998. O
dinheiro foi repassado para a conta bancária de sua campanha ao
governo do Estado.
Em 30 de dezembro, quando José Ignácio já havia entregue sua
prestação de contas ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), duas
empreiteiras de São Paulo, entre
elas a HMG, receberam empréstimos do Banestes de R$ 2,84 milhões e o repassaram à conta pessoal do ex-governador, cobrindo
o vermelho deixado pelo saque a
descoberto. Não é possível dizer
se as remessas feitas ao exterior
pela HMG são irregulares, pois os
dados não foram cruzados com a
Receita Federal.
O dono da HMG, Hilário Maximiano Gurjão Sobrinho, disse
que mandou o dinheiro porque
sua empresa construía um hospital no México, uma obra de
US$ 86 milhões, para a qual teria
sido subcontratada. Dos seis investigados, o Rural é o único que
não recebeu, em abril de 1996, autorização do BC para acolher, em
contas CC-5 (para não-residentes), depósitos em espécie acima
de R$ 10 mil.
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