DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ausência de deputados e senadores da base aliada ao governo frustrou a tentativa da oposição de instalar ontem no Congresso a comissão mista para analisar a medida provisória que concede à presidência do Banco Central o status de ministério.
A MP foi editada para beneficiar o presidente do BC, Henrique Meirelles, acusado de sonegação fiscal. Ele passa a responder eventuais contestações judiciais no STF, não estando mais sujeito a decisões de primeira instância. Meirelles nega todas as acusações alegando problemas contábeis em sua declaração de renda.
A sessão para a criação da comissão caiu por falta de quórum, mas nem por isso os oposicionistas PSDB e PFL, únicos presentes, deixaram de registrar manifestações críticas ao projeto.
"O governo reconhece, com essa medida, a culpa do sr. Henrique Meirelles", disse José Carlos Aleluia (BA), líder da bancada do PFL.
Normalmente, nenhuma comissão mista é instalada para análise de MPs, que seguem diretamente para o plenário da Câmara. A oposição queria quebrar a rotina anteontem a exemplo do que fez na MP do salário mínimo, quando aproveitou a ausência do governo e instalou a comissão, indicando o presidente e o relator.


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