São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

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TODA MÍDIA

Todos do bem

NELSON DE SÁ

Eles não aceitam rejeição. Marta Suplicy, José Serra e Paulo Maluf usaram o primeiro programa para responder ao grande fantasma das pesquisas. Daí Marta e Maluf abordarem temas controversos.
Duda Mendonça, à tarde, com audiência mais feminina, fez de Marta uma "sogra" elogiada até pela nora, uma boa "vovó" nos olhos dos filhos e netos, uma "amiga" de Lula -e sobretudo de Eduardo Suplicy.
Qualquer coisa, menos separada e casada de novo. Em golpe de teatro típico do marqueteiro, a própria Marta falou emocionada de sua separação.
Maluf, de sua parte, voltou a destacar que nasceu em "família de posses" e a investir na imagem de empresário da Eucatex. Ou seja, tem dinheiro, não precisa do dinheiro público.
Serra tem a menor rejeição, nem precisa cair mais. Mas precisa manter, para avançar ao segundo turno com dianteira.
Daí o "Serra do bem", a humildade ao falar da gestão na Saúde, o cuidado de não mostrar FHC, mas Mário Covas, sim.
Candidatos tão "do bem", é claro, não partem de imediato ao ataque. Mas o conflito está represado só virtualmente, não nas ruas. Da Jovem Pan:
- Confusão entre militantes termina na delegacia.
Eram petistas e tucanos, na avenida Jacu-Pêssego sempre lembrada pela propaganda malufista, na zona leste.
 
Como sempre, Duda Mendonça já fez programas diferentes para tarde e noite.
À noite, nada de "vovó". Em tom mais sério, quase rigoroso, Marta vendeu obras, sobretudo CEUs -e o programa voltou a deixar no ar a ameaça de que, sem ela, tudo vai acabar.
É o tal marketing do medo.

RIO 40 GRAUS

Reprodução


No Rio, o horário eleitoral não foge ao conflito. Luiz Paulo Conde (cena no alto) e Jorge Bittar atiraram contra a saúde e o transporte sob o prefeito Cesar Maia. Mas parou por aí. Bittar (centro) e seu publicitário Nizan Guanaes apostam na vinculação com Lula. E Maia, a exemplo de Marta em SP, vende e promete marcas, tipo Favela-Bairro. A singularidade carioca é a música. O jingle de Maia é do sambista Dudu Nobre. O clipe de Jandira Feghalli (embaixo) conta com a própria candidata na bateria

SAMBA-ENREDO

Chega de tias, sobrinhos/ Alegria por um fio/ ê Rio, ê Rio, ê Rio/ Chega de decoração/ De perder o tempo construindo muros/ Bittar, Bittar, Bittar/ Juntos lutar por um Rio só

JINGLE DO PT, NO RIO

"Como Pelé"
O tom não foi "pra frente Brasil", mas a narração do "jogo da paz", ontem, tratou de justificar a jogada lulista no Haiti:
- Como o Santos de Pelé parou uma guerra na África, agora é a vez da seleção brasileira de fazer esse papel.
E por aí foi, com cortes constrangedores para mostrar ao menos parte do jogo que realmente importava -a vitória do vôlei feminino contra a Itália, nos Jogos Olímpicos.

Sorriso
No Jornal Nacional, não faltaram a manchete e o sorriso de Fátima Bernardes para Ronaldo, Ronaldinho e Roberto Carlos -os três com declarações simpáticas ao "jogo da paz".

Pose
O colunista Ancelmo Góis, em "O Globo", escreveu que Lula, não satisfeito em propor o Conselho Federal de Jornalismo, agora quer posar ele próprio de jornalista. Para o Café com o Presidente, "entrevistou" Ronaldo, Roberto Carlos e outros.

Conexão
O garoto-propaganda do PT em São Paulo, Eduardo Suplicy, saiu direto da campanha de Marta para as imagens do "jogo da paz", ao lado de Lula.

Placar
Valor On Line e Globo On Line seguiram a votação sobre inativos, no Supremo, num tom que fez lembrar o acompanhamento de jogos pela internet.
No primeiro, a certa altura, "placar de 2 a 2". Depois, no segundo, "governo vira votação". Por fim, "vitória só não é total porque a alíquota muda".

O retorno
Agora não tem para Antero Paes de Barros ou José Mentor. Segundo "O Estado de S.Paulo", o procurador Luiz Francisco "anda de namoro com o PSOL" de Heloísa Helena.
E, segundo a Jovem Pan, já "vai remeter ao procurador-geral da República um pedido de ação de inconstitucionalidade contra o foro privilegiado, para o presidente do Banco Central". É só o começo.


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