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Operação ultrapassa objetivo inicial
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO PAULO
Criada em maio de 2003, a força-tarefa CC5 do Banestado ultrapassou o objetivo original, que era
investigar remessas feitas para o
exterior utilizando a agência de
Nova York do banco paranaense,
privatizado em 2000.
Com uma ação conjunta com
órgãos de fiscalização da Justiça
dos Estados Unidos, as investigações foram estendidas para a conta-ônibus Beacon Hill, mantida
no JP Morgan Chase, de Nova
York, e para contas de brasileiros
mantidas no MTB, hoje CBC,
também de Nova York.
O processo de investigação de
lavagem de dinheiro por meio de
remessas CC5 (de não residentes),
porém, começou em maio de
1999, quando o então procurador
da República em Cascavel (PR),
Celso Antônio Três, conseguiu a
quebra do sigilo, na Justiça Federal, das remessas CC5 de janeiro
de 1992 a dezembro de 1998. Na
época, o montante enviado para o
exterior somava US$ 124 bilhões.
A quebra do sigilo possibilitou
que outras operações fraudulentas fossem descobertas. Com a
criação da força-tarefa (que inclui
Polícia Federal, Justiça Federal e
procuradores da República) e a
centralização dos crimes na vara
especializada em crimes contra o
sistema financeiro, da Justiça Federal em Curitiba, os resultados
começaram a aparecer.
Em um balanço extra-oficial, a
força-tarefa estima a apreensão
de bens e valores em cerca de R$
160 milhões, que serão transferidos para a União depois de finalizadas as ações judiciais.
A força-tarefa contabiliza também 18 condenações por crimes
de sonegação fiscal, lavagem de
dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. Entre os presos está o doleiro Alberto Youssef
-condenado em junho, por sonegação fiscal, a sete anos de prisão em regime semi-aberto-,
que foi fundamental para auxiliar
nas investigações dos doleiros alvos da Operação Farol da Colina.
Youssef fez acordo com a Justiça Federal e recebeu o tratamento
previsto legalmente nos casos de
delação premiada. No acordo, em
troca da redução da pena, Youssef
prestou depoimentos esclarecedores sobre a ação dos doleiros e
indicou transações ilegais de políticos e empresários de todo o país.
Outras 445 pessoas já foram denunciadas pela força-tarefa nesse
período. A maioria dos processos
corre em segredo de Justiça.
(JM)
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