São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2005 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/LULA NA MIRA Em depoimento de quase nove horas, ex-tesoureiro do PT negou a existência do "mensalão", isentou Dirceu e irritou integrantes da CPI Não traio nem delato ninguém, diz Delúbio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA DELAÇÃO - Vários parlamentares tentaram confrontar Delúbio com o discurso em que o presidente Lula diz se sentir "traído" no caso do "mensalão": "Respeito muito o presidente Lula e como fiel seguidor do presidente não questiono suas opiniões", disse. "Sou uma pessoa fiel e quero dizer uma coisa aqui na CPI: eu não costumo... faz parte da minha integridade não delatar ninguém nem questionar a opinião das pessoas", disse, acrescentando que não "incorpora" a acusação de traidor. "Minha vida política não condiz com isso. Estou sendo muito bombardeado, mas não me sinto nem traidor nem traído." DIRCEU E GENOINO - Ele eximiu José Dirceu de participação nas negociações com Marcos Valério: "O Zé Dirceu era ministro e não participava da vida partidária". Afirmou que quando os aliados procuraram o PT para pedir ajuda financeira, o ex-presidente da sigla José Genoino tomou conhecimento, mas só determinou que ele resolvesse os problemas. "Ele determinou que eu resolvesse, não sabia dos bancos ou das empresas. Depois eu informava a ele que o problema estava resolvido." PORTUGAL TELECOM - Delúbio negou conhecer acerto para que a Portugal Telecom repassasse recursos ao PT e ao PTB. Negou também ter ido freqüentemente a Portugal, país que disse ter estado pela última vez em 1992. "Fiquei sabendo disso pelos jornais." MENSALÃO - "Houve a acusação de que o PT tinha implantado um sistema de compra de votos, compra de deputados no Congresso. Quero dizer que isso não corresponde à verdade. O PT nunca comprou deputado ou deu dinheiro para parlamentar votar em projeto "a" ou "b'", declarou. CONTRAPARTIDA - Segundo Delúbio, Valério ajudou o PT porque acalentava entrar no ramo do marketing eleitoral. "A intenção do Marcos Valério era se transformar em um grande publicitário do PT e dos partidos aliados no campo do marketing político. (...) Nunca pedi a ninguém do governo que aditasse nenhum contrato das empresas do Valério", disse. ARREPENDIMENTO - Questionado se sentia vergonha após o surgimento das denúncias, Delúbio disse que "não faria de novo dessa maneira", mas que não se sentia "envergonhado". "Não roubei, não aumentei meu patrimônio." DÍVIDA - Delúbio disse que vai lutar para que a dívida do PT com Valério seja paga. "Vou lutar para devolvermos às empresas do Marcos Valério, para que ele possa pagar os bancos." Segundo ele, se o PT não quiser assumir a dívida, "o partido vai sofrer muitos processos": "E eu também". CARRO -Delúbio afirmou que o
carro blindado com o qual foi à
reunião do PT nesta semana foi
alugado por sua mulher, Monica
Valente. De acordo com o petista,
a diária do veículo custa R$ 360. |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |