|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / CANDIDATOS NA FOLHA
Nilmário "muda de opinião" e retira crítica a peemedebista
Candidato do PT justifica aliança com Newton Cardoso, a quem já fez duros ataques
Petista afirma em sabatina da Folha ser contra aborto e a favor da descriminalização da maconha e da união
civil entre homossexuais
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
O candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Nilmário
Miranda, 59, retirou ontem todas as críticas que já fez ao ex-governador do Estado Newton
Cardoso (1987-1991), do
PMDB, concorrente ao Senado
da chapa do petista.
Em sabatina promovida pela
Folha, Nilmário foi confrontado com declarações que fez em
1989, quando era deputado estadual por Minas e pediu o impeachment de Cardoso. Na
época, o petista disse que o PT
não fazia "acordo com a corrupção" e, entre outras críticas,
chamou o atual colega de "dez
arrobas [147 quilos] de indignidade e de inumanidade".
Ontem, falando para cerca de
cem pessoas, voltou atrás em
suas declarações. "Mudei de
opinião. Até as pedras com o
passar dos anos mudam", disse.
Nilmário, ex-ministro da Secretaria Especial dos Direitos
Humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, politizou a crise de segurança em São Paulo
ao associá-la à "arrogância dos
últimos governos paulistas" no
trato de menores infratores.
Durante duas horas de sabatina, Nilmário respondeu a perguntas do público e dos jornalistas da Folha Júlio Veríssimo
(coordenador da Agência Folha), Paulo Peixoto (correspondente em Belo Horizonte),
Kennedy Alencar e Elvira Lobato (repórteres especiais). A
seguir, os principais pontos da
sabatina, a segunda do ciclo de
entrevistas da Folha com os
principais candidatos aos governos de MG, RJ e SP.
ALIANÇA COM PMDB
Após leitura de algumas de
suas afirmações em 1989, foi
questionado a Nilmário se ele
poderia explicar aos militantes
do PT a aliança com Newton
Cardoso. Ele disse que mudou
de opinião sobre o ex-governador e que a aliança com o
PMDB "mudou o eixo político"
do Estado e se repetirá em um
segundo mandato de Lula. Não
quis responder se considera
Cardoso um político ético. Disse, porém, que ele foi investigado por 16 anos e nunca condenado. Citou a Folha para dizer
que instituições e partidos mudam. "À época da ditadura, a
Folha era um jornal quase de
propaganda antiterrorista e
apoiava a repressão. No entanto, a Folha teve um papel extraordinário, mudou, e foi a
campeã da luta pelas Diretas."
CRISE DE SEGURANÇA
Ao opinar sobre a crise de segurança em São Paulo, atribuiu
a responsabilidade pela situação aos "últimos governos paulistas". "Foi o único Estado que
se recusou a desmantelar aquela aberração chamada Febem,
que é uma usina de violência,
ódio e ressentimento."
MENSALÃO
Sobre o PT de Minas, que
preside desde final de 2005, ter
recebido R$ 774 mil das contas
de Marcos Valério, disse que
não conhece Marcos Valério.
"Lamentei muito que esse esquema, originado do caixa dois
do PSDB-MG em 1998, tenha
sido trazido por companheiros
do PT para o PT nacional."
POLÊMICAS
Nilmário disse ser a favor da
união civil de homossexuais e
da descriminalização do uso da
maconha. Afirmou não ser favorável ao aborto, mas defendeu que a rede pública de saúde
trate mulheres que recorrem a
serviços clandestinos.
SUCESSÃO 2010
O petista defendeu a volta de
um mineiro à Presidência. Disse ver "com muita simpatia",
como eventual sucessor de Lula, o ministro Patrus Ananias
(Desenvolvimento Social), responsável pelo Bolsa-Família.
Texto Anterior: Santa Catarina: Candidato discute com prefeito Próximo Texto: Para candidato, EUA, China e Cuba violam direitos Índice
|